terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Nove de dezembro!

"Fono não fala: Comunica-se;
Fono não engole sapo: Deglute o bolo alimentar;
Fono não dá um jeitinho: Faz manobra de facilitação;
Fono não faz cara feia: Muda a expressão facial;
Fono não chora: Aumenta a secreção;
Fono não dá ataque: Tem distúrbio de conduta;
Fono não tem idéia: Tem plano terapêutico;
Fono não conclui: Faz relatório de avaliação;
Fono não se engana: Tem ato falho;
Fono não muda de interesse: Muda de estratégia;
Fono não ri: Faz mioterapia;
Fono não abraça: Faz estimulação corporal;
Fono não ouve: Produz ondas eletrofisiológicas;
Fono não solta a voz: Faz vibração de Pregas Vocais;
Fono não perde ar: Entra no ar de reserva;
Fono não escreve: Faz transcrição fonética;
Fono não lê: Tem consciência fonológica;
Fono não brinca, isso é terapia;
Fono não se despede: Dá alta parcial;
Fono não é fonoaudiólogo, é fono...."

Parabéns pelo nosso dia!!!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Filtro Solar ou Guarda-Chuva?


O mundo está estranho...
Sabemos que temos culpa, sabemos que tem nosso dedinho nessa lama toda, mas não fazemos muito além do que nos é conveniente...
Aquecimento Global. Não é moda o assunto não, é simplesmente o assunto. É fato.
"E há tempos nem os santos têm ao certo a medida da maldade, há tempos são os jovens que adoecem...", um verso perdido que cantavamos sem saber...
Santa Catarina está cinza, está triste, mas com uma paz mais que estranha no ar. Talvez pelo fato dessa chuva toda trazer um pouco de amor. Sim, doeu, dói. Mas esta ocorrendo um misto de sentimentos: desespero, esperança, inconformidade, solidariedade, tristeza, sorriso, compaixão.


Desde de criança vi minha mãe tirar as roupas de inverno, colocar em sacolas para guardarmos, pois o verão estava chegando. Tirávamos roupas para lavar e guardávamos o que não mais usaríamos por um bom tempo, pelo menos até a próxima estação de frio.
Esse ano tirei roupas cedo demais, achei que não ia mais usá-las, e de repente me vi novamente abrindo sacolas, puxando o que estava na parte alta do guarda roupa, onde não alcanço.
Lá vou eu: pega escada(minha companheira), puxa roupa, crise alérgica e quando menos se espera, estou lá, tendo que me proteger com aquele casaco preferido, mas que pensei que só o vestiria quando o frio chegasse novamente. Mas ei espera ai...o frio ainda não passou...
Tem dias de sol, tem dias de chuva, tens dias de sol com chuva...e como cantava no jardim de infância: "sol e chuva, casamento de viúva..."
Agora ao sair de casa tenho duas coisas sempre a mão: filtro solar e guarda-chuva. Não sabemos mais o que pode acontecer ao longo do dia. Joinville tem tido as quatro estações do ano num só dia. Talvez por isso a paz estranha que permeia a cidade.
Primavera, quem não gosta de flores? Até eu que tenho minhas manias, sinto falta delas. Verão, minha estação preferida, praia sempre. Outono, tenho muita simpatia por ela, me prepara para o inverno, o choque não é tão grande devido a esta estação. Inverno, confesso que é a estação que menos gosto. Detesto frio, não gosto de me entulhar de roupa, fora a bronquite que me ataca.
Mas as quatro estações num dia só, me trazem paz com uma energia que na maioria das vezes é benéfica. Porém, esse fenômeno, me deixa atenta para o fato que o mundo não é mais o mesmo, e eu, muito menos.
Foraseq continua na cabeceira da cama, meu médico disse que será um tratamento para todo o sempre. Mas na mesma cabeceira, esta meu Episol 30.
Resolvi novamente escolher as roupas, fazer a repescagem, mas dessa vez não foi pra subir uma divisória, empacotá-las , ou porque penso estar acabando ou começando alguma estação. Como nada está definido, e não sabemos o que vem por ai, optei por ser solidária. Tirei algumas peças, em uso ainda, mas que algumas pessoas estão precisando mais do que eu. Minha filha fez o mesmo. Tirou um vestido lindo, que eu amo, azul com flores, que ela ia ficar linda nesse verão. E ai começa a corrente do bem, e ai se explica o amor. Talvez ai esteja a paz no meio de tanta confusão.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Nada como um bom argumento.

- Mãe, brinca de lego comigo?
- Não Duda, a mamãe não gosta de brincar de lego.
- Ah mãe...brinca comigo, por favor!!!
- Filha, eu já disse, a mamãe não gosta de lego. Você tem que brincar com outra criança de lego.
- Por acaso tem mais alguma criança aqui???

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

E que venha a minha nova gramática...


"O Parlamento português aprovou o segundo protocolo modificado do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, o que encerra décadas de discussão sobre a questão”.
"As atualizações na ortografia brasileira estão dando o que falar. Algumas alterações são até difíceis de aceitar depois de tanto tempo na escola estudando hífens e acentos, de repente para certas palavras não existem mais”.
“A discussão sobre o Acordo dividiu a sociedade portuguesa: para muitos intelectuais, a decisão significa ceder a interesses do Brasil. Outros consideram uma estratégica em tempos de globalização”.

Metáforas à parte, minha vida também esta passando por uma adaptação, porém penso que o prazo para adequação a esta Nova Gramática não deva ser tão taxativo.Penso que nem sempre dei a devida atenção a pontuação em minha vida. Sou fã incondicional das famosas reticências, e totalmente receosa aos pontos finais. Esta seqüência de três pontos, sempre deixa coisas no ar, uma deliciosa sensação de que algo esta por vir, ou algo que ainda não foi feito, mas que poderia. Já o ponto final, indica uma pausa absoluta. E o absoluto muitas vezes assusta.
Porém nossa gramática tem tantos sinais gráficos que nortearam meu caminho, e os quais hoje percebo transmitem uma sensação exata e mágica de muitos momentos vividos, e outros que ainda estão por vir.
O Ponto de exclamação, por exemplo. Segundo a hipótese mais provável, este sinal surgiu da junção de letras da palavra io ("exclamação de alegria", em latim). Escrevendo com o i em cima do o, formando aquilo que viria depois a ser o ponto de exclamação. Exclamações do tipo: Eu sou livre!!!
Ta...confesso que desde criança a interrogação esta muito mais contida em meus pensamentos, do que a exclamação para minha vida. Crises existências; acasos da vida; compreensão do ser humano; a energia; Deus; o sincretismo; egocentrismo e o amor; são alguns de muitos temas por mim abordados intimamente, não necessariamente a sós.
Porém chega uma determinada hora, em que você precisa parar de abrir parênteses em sua vida, e ser fiel ao que te leva soltar em alto e bom tom uma expressão terminada com um lindo e emocionante ponto de exclamação; que sua vida pode ser realçada com um belo par de "virgulas dobradas", e que para você poder colocar estas lindas aspas tem que lembrar que ela só faz sentido se vier a dois. Um é pouco, e sim, três é demais e mais que isso foge ao meu português e entra numa matéria que detesto: matemática, a ciência do raciocínio lógico ou abstrato. Tem coisa mais incoerente que isso? Uma lógica abstrata. Muito frio pra mim. Voltemos ao Português.
Sim, estou disposta a abrir um novo parágrafo em minha vida, e quem sabe até escrever um livro. Muitos já sugeriram. Porém para criar um esboço da próxima obra literária, ou apenas mais um conto, tive que acabar de ler aquele livro que não saia da minha cômoda, onde o final deveria ser escrito por quem o lesse. E era eu quem estava lendo.
Amo ler. Porém se começo um livro, e não o leio no máximo dentro de uma semana, pode ter certeza, não o indicarei a mais ninguém. Até tento retomar a leitura, algumas vezes aos trancos e barrancos consegui terminar, mas a crítica não era boa. Bom mesmo, é aquele livro que te prende horas a fio, e você não consegue largá-lo enquanto não acabar. Sim, este você indica, da de presente, ou até empresta, mas deixa o seu nome gravado, uma dedicatória ou uma marca pra ele voltar pra você, mesmo que o final não seja o esperado. Livros bons sempre têm finais emocionantes. O meu não poderá ser diferente. Por isso tive que ler aquele livro até o final e escrever o último capitulo. Eu o estava lendo e embora este livro fosse escrito não apenas por um autor e sim et alii, não pude negociar o final. Sugestões vieram, tentativas de negociações foram lançadas, porém o ultimo capitulo deste livro cabia a mim, apenas a mim. Tinha que ser fiel a meu gênero, e confesso o final não foi emocionante, porém não acabou com reticências e sim com um ponto final. Mas o que eu poderia esperar de um livro que demorei anos pra ler?


E que venha a Nova Gramática...(amo novas reticências...).

sábado, 11 de outubro de 2008

E viva a criatividade!!!

Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal.
Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar.
O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos.
Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto. Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar. Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto. Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros. Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta. Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular.
Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica,ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história. Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto.Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo,resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.
Redação feita por uma aluna do curso de Letras, da Universidade Federal de Pernambuco (Recife), que venceu um concurso interno promovido pelo professor titular da cadeira de Gramática Portuguesa.

domingo, 21 de setembro de 2008

Autor(es) desconhecido(s).


Nós estavamos sentadas almoçando quando minha filha casualmente menciona que ela e seu marido estão pensando em "começar uma família":
-Nós estamos fazendo uma pesquisa, ela diz, meio de brincadeira. Você acha que eu deveria ter um bebê?
-Vai mudar a sua vida - eu digo cuidadosamente mantendo meu tom neutro.
-Eu sei. Nada de dormir até tarde nos finais de semana, nada de férias espontâneas.
Mas não foi nada disso que eu quis dizer. Eu olho para a minha filha, tentando decidir o que dizer a ela. Eu quero que ela saiba o que ela nunca vai aprender no curso de casais grávidos. Eu quero lhe dizer que as feridas físicas de dar à luz irão se curar, mas que se tornar mãe deixará uma ferida emocional tão exposta que ela estará para sempre vulnerável. Eu penso em alertá-la, que ela nunca mais vai ler um jornal sem se perguntar:"E se tivesse sido o MEU filho?"
Que cada acidente de avião, cada incêndio irá lhe assombrar. Que quando ela vir fotos de crianças morrendo de fome, ela se perguntará se algo poderia ser pior do que ver seu filho morrer. Olho para suas unhas impecáveis, seu terno estiloso e penso que não importa o quão sofisticada ela seja, se tornará mãe e irá reduzi-la ao nível primitivo da ursa que protege seu filhote. Que um grito urgente de "Mãe" fará com que ela derrube um suflê com sua melhor louça sem hesitar nem por um segundo.
Eu sinto que deveria avisá-la que não importa quantos anos ela investiu em sua carreira, ela será arrancada dos trilhos profissionais pela maternidade. Ela pode conseguir uma escolinha, mas um belo dia ela entrará numa importante reunião de negócios e pensará no cheiro do seu bebê. Ela vai ter que usar cada milímetro de sua disciplina para evitar sair correndo para casa, apenas para ter certeza de que o seu "bebê" está bem. Eu quero que a minha filha saiba que decisões do dia a dia não mais serão rotina. Que a decisão de um menino de 5 anos de ir ao banheiro masculino ao invés do feminino no Mcdonalds se tornará um enorme dilema. Que ali mesmo, em meio às bandejas barulhentas e crianças gritando, questões de independência e gênero serão pensadas contra a possibilidade de que um molestador de crianças possa estar observando no banheiro. Não importa o quão assertiva ela seja no escritório, ela se questionará constantemente como mãe. Olhando para minha atraente filha, eu quero assegurá-la de que o peso da gravidez ela perderá eventualmente, mas que ela jamais se sentirá a mesma sobre si mesma. Que a vida dela, hoje tão importante, será de menor valor quando ela tiver um filho. Que ela aprenderá a dar o verdadeiro valor a sua mãe. Saberá que uma noite tranquila não significa que foi dormida por inteiro. Que daria sua vida num segundo para salvar sua cria, mas que ela também começará a desejar por mais anos de vida, não para realizar seus próprios sonhos, mas para ver seus filhos realizarem os deles.
Eu quero que ela saiba que a cicatriz de uma cesárea ou estrias se tornarão medalhas de honra. O relacionamento de minha filha com seu marido irá mudar, mas não da forma como ela pensa. Eu queria que ela entendesse o quanto mais se pode amar um homem que tem cuidado ao passar talco num bebê ou que nunca hesita em brincar com seu filho. Eu acho que ela deveria saber que ela se apaixonará por ele novamente por razões que hoje ela acharia nada românticas, e que o contrário a tudo isso a faria pensar no porquê casará com esse homem.
Eu gostaria que minha filha pudesse perceber a conexão que ela sentirá com as mulheres que através da história tentaram acabar com as guerras, o preconceito e com os motoristas bêbados. Eu espero que ela possa entender porque eu posso pensar racionalmente sobre a maioria das coisas, mas que eu me torno temporariamente insana quando eu discuto a ameaça da guerra nuclear para o futuro de meus filhos. Eu quero descrever para minha filha a enorme emoção de ver seu filho aprender a andar de bicicleta. Eu quero mostrar a ela a gargalhada gostosa de um bebê que está tocando o pelo macio de um cachorro ou gato pela primeira vez. Eu quero que ela prove a alegria que é tão real que chega a doer.
O olhar de estranheza da minha filha me faz perceber que tenho lágrimas nos olhos
-Você jamais se arrependerá - digo finalmente.
Então estico minha mão sobre a mesa, aperto a mão da minha filha e faço uma prece silenciosa por ela, e por mim, e por todas as mulheres meramente mortais que encontraram em seu caminho este que é o mais maravilhoso dos chamados. Este presente abençoado de Deus que é ser Mãe.


sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Quem somos nós?

Ano passado resolvi entrar de cabeça nessa história de quebra de paradigmas, e sabe o resultado disso tudo? Definitivamente isso não serve, sempre, pra mim. Mas como costumo argumentar, arranque disso o que te servir, e aproveite ao máximo para seu benefício.
O livro é bem bacana, uma leitura gostosa, nos leva a uma auto-avaliação se você estiver disposto a isso, diferente do filme, que é a meu ver é utópico demais. O livro foi escrito após o filme, contrariando a ordem natural das coisas. Ao final de cada capítulo, apresenta um número X de perguntas levando o leitor a refletir sobre seus próprios paradigmas. Perguntas como:

Existe o certo e o errado universal?
Quais são os dogmas da sua vida?
O que significa espiritualidade para você?
Você sabotou sua própria busca da verdade?
Que paradigma governa a sua realidade?
Você esta disposto a abandonar tudo o que se relaciona com o velho paradigma?
Qual a diferença entre a realidade e a sua percepção da realidade?
É possível mudar sua percepção da realidade sem mudar seu paradigma?
Você consegue ver qualquer coisa que exista fora do seu estado emocional?
Você esta disposto a experimentar o que esta além do conhecido?
A realidade continua a existir quando você não a esta observando?
Se os pensamentos podem afetar a estrutura molecular da água, o que seus pensamentos estão fazendo à sua realidade?
Quando foi a última vez que você teve um orgasmo em nível mais elevado?
Por que parece tão gostoso se sentir tão mal?
O que de pior pode acontecer se eu disser a verdade?
Você esta disposto a abrir mão de tudo em seu paradigma atual para realizar o seu deseja?
Isso é necessário?

Geralmente não nos fazemos grandes perguntas porque as respostas podem não ser o que desejamos, e isso nos assusta. Afinal, seria seguro sair dessa zona de conforto? Ao ler o livro, pude concluir que os paradigmas vão sempre existir, o que podemos fazer é mudar de paradigma, ou seja, novos olhos enxergando uma situação antiga. Parece simples, mas não é. Tente. Eu mesma tentei, e vou continuar tentando, mas dentro da "minha realidade", não estou disposta a passar por cima de certas coisas para obter o que desejo. O que tento fazer, é ter novas experiências, para construir uma nova realidade e perceber uma nova emoção. Isso também não é fácil, porque tenho um estoque de lembranças, emoções e associações dentro de mim que formam minha atual realidade. Mas já dei um grande passo. Não sinto mais culpa pelo que desejo, mesmo que meus desejos sejam contra meus paradigmas. Isso não quer dizer que me jogarei de cabeça a qualquer frio na barriga, mas se a trajetória completa de nossas vidas é gerada por nossas escolhas, escolhas estas que fazemos ou deixamos de fazer; para crescermos precisaríamos experimentar o que não é a primeira opção do nosso ego. Se continuarmos a experimentar a mesma emoção e nunca a aposentarmos, tornando-a sabedoria, não evoluiremos, e evoluir é a minha meta. Concordo portando que se desejo evoluir como pessoa, o sensato seria pegar uma limitação que tenho e agir conscientemente para alterá-la.A grande virada seria aceitar que sua vida e os acontecimentos nela são criação sua e conseqüentemente procurar o significado deles, em vez de pedir ao "universo" que prove o fato de você criar a realidade e assim poder ficar em cima do muro e aceitar ou rejeitar o que vier.

Thoreau


"Se você construiu castelos no ar, o seu trabalho não precisa estar perdido; é lá que eles devem ficar. Agora ponha os alicerces por baixo deles."

sábado, 6 de setembro de 2008

Fernando Pessoa, 1931.

Eu amo tudo o que foi,
Tudo o que já não é,
A dor que já me não dói,
A antiga e errônea fé,
O ontem que dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.

domingo, 31 de agosto de 2008

Temos nosso próprio tempo!

Uma das coisas que mais me irritava era a seguinte colocação: "Você é forte. Deus dá a cada um a cruz que pode carregar, nem mais leve, nem mais pesada”.Isto me fazia sentir culpada, ficava imaginando que se não fosse tão forte como os outros diziam, talvez o Clau não teria morrido. Não me sentia forte, me sentia sozinha e sem ter prá onde correr. Não me via com opção alguma. Ele tinha morrido e eu estava viva. Apenas isso. Muitos comentavam: "Poxa, e ainda com uma filha recém nascida no colo”.Ela sim foi a minha força, nela tinha a minha opção. Vida e Morte. Passei por estas duas emoções sem o que considero um intervalo razoável. Talvez esse breve intervalo entre uma e outra tenha me deixado confusa quanto ao que sentir, ou ao quê sentir. Não chorei o quanto deveria, no tempo previsto pela "normalidade", nem tão pouco sorri as graças dos balbucios da minha pequena. Travei sim. Fiquei perdida dentro da minha cabeça. Não sabia como agir. Achei que ser racional seria o melhor a ser feito, e esqueci que no meu mundo a emoção sempre vence a razão. Não sei pedir ajuda, não sei pedir colo. Não chorei nos braços da família. Temia por me mostrar frágil e eles não saberem como agir. Chorava muito sim, mas escondida, sozinha. Brigava com Deus, mas ao mesmo tempo implorava por Seu colo seguro, afinal Ele não contaria a ninguém e eu não estaria vendo sua reação as minhas loucuras e indagações. Por ai se vê que eu nada tinha de forte, ao contrário, fui sim muito covarde, medrosa. Por medo, não pedi ajuda. Por medo, chorei sozinha. Por medo, sorria. Por medo, não dei colo. Por medo, era intocável. Não queria ter que voltar a ser aquela sandra de antes do Clau. Independente, auto-suficiente. Demorei em aceitar a felicidade, deixar alguém realmente entrar na minha vida e dividi-la com esta pessoa. Sabia o caminho que havia percorrido até ali, não tinha sido fácil. Não queria fazê-lo novamente. Um dos pensamentos que mais me assustava era o fato de ter apenas 27 anos e já ter vivido tudo que pensava querer para o resto da minha vida. Estava formada, exercendo minha profissão, tinha minha casa, minha filha, meu carro, havia sido casada, amada, amei e agora? O que vou fazer com o resto da minha vida? Tinha uma sensação de já ter tido tudo que queria e ainda tinha uma vida toda pela frente...mas o que mais posso querer? O que faria agora sem meus sonhos? Eu tenho sonhos? Estagnação. Essa foi a grande verdade. Eu estava em movimento, mas em total estagnação. Isso é possível? Na minha vida foi. Newton teria elaborado uma bela teoria com o meu estado de inércia. Me fechei por um longo tempo para o amor( eu escrevi isso no passado?). Amigos me alertavam. "Você trata sua filha como uma adulta. Ela tem apenas 3 anos”. Outra seqüela. Por medo da perda, estava educando a Maria Eduarda de modo que com apenas 3 anos trocava-se sozinha, arrumava seus brinquedos sem solicitação, e quando caia o máximo que ela ouvia era: "levanta, não foi nada”. Consegui reverter a tempo. Quando me deparei que mal dava colo a ela, tive que aprender a ser mãe, e não educadora. Meu primeiro novo sonho do resto de minha vida: ser mãe de alguém que já estava fora do meu ventre. E com o passar do tempo, novos sonhos foram surgindo. A Duda tem uma importante participação no despertar d'eles todos. Ela é uma linda sonhadora, A cada dia tem um sonho diferente, e conta sempre com a minha confirmação para a realização deles, me impossibilitando de viver constantemente em estado de inércia. Voltei a sonhar, ou quem sabe, comecei a sonhar. A morte de um, com o nascimento de outro, me possibilitou ter a certeza de que não estou sozinha e nunca vou ficar. Tenho meus sonhos aqui dentro de mim.


“A vida não passa de uma oportunidade de encontro; só depois da morte se dá a junção; os corpos apenas têm o abraço, as almas têm o enlace" - Victor Hugo.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

A Fragilidade da Vida Humana

Esse baixel nas praias derrotado
Foi nas ondas Narciso presumido;
Esse farol nos céus escurecido
Foi do monte libré, gala do prado.

Esse nácar em cinzas desatado
Foi vistoso pavão de Abril florido;
Esse Estio em Vesúvios encendido
Foi Zéfiro suave, em doce agrado.

Se a nau, o Sol, a rosa, a Primavera
Estrago, eclipse, cinza, ardor cruel
Sentem nos auges de um alento vago,

Olha, cego mortal, e considera
Que és rosa, Primavera, Sol, baixel,
Para ser cinza, eclipse, incêndio, estrago.

Francisco de Vasconcelos (1665-1723)

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Por todos os dias da...tua vida!


Mudança empilhada na casa da mãe, caminhão ia chegar as 9:00 da manhã, tinha acabado de sair do resguardo e aguardava ansiosa a sua volta. O telefone tocou...meu pai atendeu...começou a ficar nervoso, não conseguia entender e passou pra mim...
"Você conhece um Uno preto, com placa de Joinville, com um adesivo de uma empresa chamada Bumerangue? Tinha esse número de telefone no carro...”.
Se a voz no telefone não era dele me comunicando, sabia que algo estava errado...
"Liga pra polícia, eles podem te dar maiores informações”.
O tempo começou a passar mais lento depois desse telefonema...
“... olha... tinham três no carro, o que estava dirigindo, um loirinho esta bem, não aconteceu nada com ele. O maior de todos está a caminho do hospital, não sabemos se vai chegar vivo. Infelizmente o menorzinho morreu na hora”.
Desliguei...Desespero, ironia, sarcasmo, choro...Ridículo. Não acreditava, estava achando tudo simplesmente ridículo... O dia mais longo que vivi...Um caminhão no trevo de Irani fez com que esse domingo fosse o maior e mais estranho até então...
Domingo, 01 de julho de 2001. Cinco dias antes do meu aniversário, tínhamos planejado passar nossa primeira noite juntos após o resguardo comemorando com um jantar romântico no nosso apartamento. Deixaríamos a Maria Eduarda com meus pais, e pela primeira vez fiz ele prometer que não faria nenhuma surpresa... “Nada de festas surpresas... quero apenas nós dois... na nossa casa”.
Só conseguia pensar na nossa despedida, e pensamentos iam e vinham num descompasso acelerado...
"Ele viajou pra economizar oitenta reais...", “... ele não queria ir”, “... ele não escreveu no álbum da Duda...", “... eu pedi pra ele não ir”, “... dessa vez eu não pedi pro meu anjo da guarda acompanhar ele”, “... mania de não querer dormir no hotel depois do evento”, "A gente deveria ter feito amor antes d'ele viajar”, "O que eu faço? Vou buscar ele?”, "Ele não gosta de ficar sozinho. Ele deve estar com medo...", “... não fica com medo Vida... não fica”.
E foi assim por muito tempo, frases soltas surgiam numa seqüência que pra mim era lógica. Nos falamos na noite anterior, ele pediu pra eu ligar pra Dani ir vê-lo, minha amiga que foi nossa madrinha de casamento...Ironia do destino foi ela quem fez a pior parte...
Ele chegou a noite, primeiro me entregaram as alianças num envelope, cena mórbida que jamais esquecerei. Tínhamos duas, uma do casamento e uma que ele comprou no dia que completamos um ano de casados. Usávamos as duas...Tínhamos orgulho daquelas alianças...Desenhamos juntos...Quadrada, com um diamante...Tinha um significado especial. Marcava a verdadeira escolha pelo amor...diferente da aliança de noivado. A troca foi proposital.
Eu queria trocar a roupa dele, colocar um terno que ele amava, um par de meias que ele gostava muito, mas a Dani pediu muito no telefone pra eu não trocar. Quando o vi...ele estava lindo. Sim, um pouco inchado, mas suas mãos estavam quentes. Pedi pra Dani não deixar tirar uma barbichinha que ele tinha que eu adorava. Ela fez tudo perfeito. As mãos dele estavam tão lindas. Ele era muito vaidoso, ia semanalmente fazer as unhas. Naquela semana ( soube disso dias depois), ele tinha ido à Jane (a amiga cabeleireira) e havia dito que agora sim, tinha tudo que queria...o apartamento tinha ficado pronto, uma mulher que amava e a filha que sempre quis. Não lembro da minha filha naquele dia. Sei que tentei amamentar, mas ela (ou eu) não conseguia. Uma amiga fez isso por mim, cuidou dela com carinho e como ainda estava amamentando seus filhos, alimentou a minha também.
Lembro de pouca coisa desse dia. Tenho flashes. Lembro de algumas pessoas, outras não. Lembro de algumas cenas, outras não. Mas a cena que mais marcou, foi na hora de carregarem o caixão (não queria escrever essa palavra, não gosto. Pesada, mas não achei outra.). Tinha muita gente naquele local, isso estava me deixando agoniada porque sabia que eram poucos que estavam ali que realmente gostavam dele. A grande maioria estava ali por minha causa, isso me incomodava. Por favor, não me entendam mal, naquele momento tinha uma guerra dentro de mim, mas quando olhei as pessoas que o seguraram, que carregaram o Claudinei nos últimos momentos, fiquei em paz...Cada alça estava com alguém que o amava também. Cada um segurava uma lembrança do verdadeiro Claudinei. Cada lado era composto por pessoas que o conheciam como eu o conheci. Cada passo difícil e pesado foi revezado por amigos que quebraram a barreira que poucos conseguiram. Foi difícil deixar ele ir. Ele não gostava de silêncio, de ficar sozinho. Era materialista, e eu como espiritualista fiquei triste por saber do seu sofrimento, por ter que deixá-lo ir sozinho. É engraçado escrever isso: "por ter que deixá-lo", afinal quem deixou quem? Ele que partiu, ou fui eu que fiquei? Foi a vida dele que acabou, ou foi a minha vida que modificou? Foram os sonhos dele que foram sepultados, ou os meus que tive que deixar serem lacrados? Demorei pra entender, demorei pra sentir, demorei pra seguir...Demorei pra aceitar que o "por todos os dias da nossa vida" não era pra sempre.


Essa foto foi tirada no último evento que o Claudiney (com Y porque ele queria) realizou, na cidade de Chapecó. Horas depois, ao término do evento, voltando pra casa, parou num posto porque estava cansado. Passou a direção para o amigo, pois não queria dormir ao volante. Dez minutos depois, passaram direto pelo trevo de Irani. Eles não tinham a preferência. Um caminhão bateu na lateral do carro, do lado do passageiro, onde provavelmente o Clau dormia com a cabeça encostada na janela, como de costume. Ele morreu na hora, e graças a Deus foi o único. O "menorzinho" de todos virou uma luz e um exemplo em minha vida, e como cantou o poeta, e fiz questão de colocar na lápide..."Nada vai conseguir mudar o que ficou".

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Now starts the craft...

This Woman's Work
Maxwell

Pray God you can cope
I stand outside
This woman's work
This woman's world
Oooh, its hard on the man
Now his part is over
Now starts the craft, of the Father

I know you've got a little life in you yet
I know you've got a lot of strength left
I know you've got a little life in you yet
I know you've got a lot of strength left

I should be crying
But I just can't let it show
I should be hoping
But I can't stop thinking
All the things we should've said
That I never said
All the things we should've done
That we never did
All the things we should've given
But I didn't
Oh darling make it go
Make it go away

Give me these moments back
Give them back to me
Give that little kiss
Give me your hand

Por todos os dias...



E foi assim, de braço quebrado mesmo que ele assistiu o parto...mudo, imóvel, aos prantos...

Foi o momento mais mágico da minha vida, sei que posso dizer da nossa vida. No momento que ouvimos o chora dela...ai...sem palavras...uma mistura de choro com risos e gargalhadas tomou conta da gente.

O fato de ele estar com o braço quebrado o forçou a ficar por Joinville. Passou a delegar tarefas e enviar outras pessoas pra cuidar dos eventos, graças a um braço quebrado ele estava ao meu lado em mais um momento fundamental, e teve tempo de ter o que mais queria.

Passamos o meu resguardo na casa de meus pais, entregamos o apartamento alugado no dia que a Maria Eduarda nasceu, pois coincidiu com a entrega das chaves do nosso tão sonhado e suado lar.

Mas, os dias passavam, ela chorou por 40 noites, cólicas intermináveis. O dever nos chamava, eu tinha que retomar minhas atividades na Santé com minha sócia, tinhamos que resolver sobre a academia que ia de mal a pior, e ele tinha que voltar a viajar, afinal as contas estavam batendo na porta, ou melhor, esmurrando.

Sexta-feira, minutos antes de partir para mais um evento, meu coração apertou. Chorei, pedi pra ele não ir, implorei pra que ele enviasse alguém no seu lugar. Algo não estava bem dentro de mim. Ele até tentou, mas ao mesmo tempo disse que precisava ir. Perguntou por que eu estava daquele jeito e eu então respondi: "to com medo que você vá e não volte."

Choramos juntos e nos despedimos.

sábado, 16 de agosto de 2008

... e na doença

Dei a notícia a ele da maneira mais romântica que pude imaginar. Foi lindo, as lágrimas nos seus olhos mostravam sua felicidade. Esteve a meu lado em todas as idas ao médico, tinha pavor de hospital, já havia fugido de alguns, mas o Dr. Jean, meu obstetra, fez um trabalho maravilhoso preparando-o para estar ao meu lado no nascimento da Maria Eduarda. Ah, ele queria uma menina, e conseguiu. Minha gestação foi tranqüila, tivemos alguns obstáculos, mas passamos por eles. Como tive um sangramento no quarto mês, o médico pediu para fazer apenas hidroginástica, tendo que parar com a capoeira, dança e as aulas que eu dava na academia. Isso me rendeu 22 kg a mais no final da gravidez. Pressão alta somente no dia da consulta. Acreditávamos ser ansiedade, e um novo sangramento no final do oitavo mês, onde então tive que ficar em repouso absoluto (absoluto não fazia parte do meu vocabulário, troquei por "na medida do possível").Nesta época surgiu mais um acontecimento, Clau me liga da cidade onde estava trabalhando, havia caído do trapézio (não bastava vender e administrar o evento, ele tinha que se meter... oh saco!). Braço quebrado. Super chateado com o acontecimento, apenas pude consola-lo à distância: "Vida, fica calmo. Nada é por acaso. Talvez isso tenha acontecido pra te livrar de algo pior. Talvez esse braço quebrado seja pra você parar um pouco.Te amo. Volta com Deus”.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Ta ouvindo Duda?

Acalanto
Leila Pinheiro
Composição: Ivan Lins, Aldir Blanc e Vitor Martins

Pulsa dentro, aqui no ventre
O meu rebento que eu nunca tive
Vive preso ao meu desejo
De concebê-lo
Tão calmo e livre
Sonho enquanto eu canto
Esse acalanto que o faz ninar
Durma que está escuro
Não tá seguro
Pra se acordar
Tenho pressa que o mundo mude
De atitude
Pra recebê-lo
Por enquanto arrumo o quarto
Adio o parto
Pra protegê-lo
Sonho enquanto eu canto
Esse acalanto que o faz ninar
Durma que está escuro
Não tá seguro
Pra se acordar

Na saúde...

Camisinha, tabelinha, peito doendo como sempre antes dos terríveis sete dias, cólicas infernais...sem noção porque tomava muito cuidado. Achava que não era o momento ainda...Mas espera ai!!!Acho que já era pra ter vindo!!!Quando foi mesmo a última vez?Será?
Comprei o tal exame de farmácia, acordei cedinho, me tranquei no banheiro e fiquei daltônica e burra...
Não enxergava aquela cor. Vermelho? Azul?
Não conseguia contar. Um risco? Ou são dois?
Fiquei cerca de vinte minutos trancada no banheiro sem entender ao certo o que estava acontecendo ali dentro.

"Ai meu Deus... Espera... vou ler a bula novamente...”.

Aguarde cinco minutos e confira o resultado.

CINCO MINUTOS???Como assim??? Eu estava ali há uma eternidade...

“Tá bom. Vamos ler novamente. Calma. Um risquinho azul, negativo.
Dois, um vermelho, outro azul, positivo.”

Respirei fundo...

"Tá...é melhor fazer um BetaHCG. Não dá pra confiar nesses testes de farmácia."

Tinha paciente o dia todo, sem trégua pra buscar o resultado. Fiquei digerindo a idéia entre um paciente e outro, e confesso...durante os atendimentos também.
Acabei gostando da possibilidade. Ele queria tanto...
Telefonei. Então a voz disse...
Sim mamãe....parabéns!!!


sábado, 9 de agosto de 2008

E que dor!

As Dores do Mundo
Jota Quest
Composição: Hydon

O teu olhar caiu no meu
A tua boca... na minha se perdeu!
Foi tudo lindo, tão lindo foi
E nem me lembro
Que veio depois...
A tua voz dizendo amor
Foi tão bonito
Que o tempo até parou
De duas vidas, uma se fez
Eu me senti
Nascendo outra vez...

E eu vou!
Esquecer de tudo
As dores do mundo
Não quero saber
Quem fui
Mas sim quem sou

E eu vou!
Esquecer de tudo
As dores do mundo
Só quero saber do seu
Do nosso amor...

Na Alegria e Na Tristeza...

"Eu recebo-te por meu esposo,
Prometo ser-te fiel,
Amar-te e respeitar-te,
Na alegria e na tristeza,
Na saúde e na doença,
Por todos os dias da nossa vida."



E foi assim, fui fiel, amei, respeitei, passamos por poucas e boas, rimos muito, cuidamos um do outro, viajamos muito...por todos os dias da "nossa" vida...Foi um casamento muito gostoso, não perdemos toda nossa individualidade, porque convenhamos, como é difícil viver a dois sem se perder um no outro. Um a um, diferentes com pontos em comum, um ao lado do outro, nada de alma gêmea, duas pessoas que resolveram passar o que se achava todos os dias da vida, muito bem vividos. O trabalho dele proporcionava aventuras, saudade, paixão. Não deixou nunca de conquistar, cultivou isso até o último segundo.
Nossa Lua de Mel foi apenas de três dias em Floripa, e com telefone ainda ligado. Eu recém formada ainda penava na busca, passei de fonoaudióloga a proprietária de academia, de terapeuta a gerente de uma empresa de eventos, de audiologista a personal striper. Cheguei a prestar novo vestibular para educação física, uma vez que estava apaixonada pela capoeira e já era proprietária de uma academia. Ele sempre ao meu lado na eterna indecisão. Odiava capoeira, na verdade tinha um certo ciúme, mas quando eu cogitei a hipótese de abrir o Studio Afro-Brasil de Capoeira, foi o primeiro a pegar no pincel e mandar ver na sala que aluguei. Eu também não curtia muito o trabalho dele, mas quando aceitei o pedido, eu mesma coloquei como pré-requisito a total aceitação e compreensão da sua atividade. Ele trabalhava com a noite, promoter de eventos, vivíamos em boates, digo vivíamos porque durante algum tempo cuidei da parte financeira da empresa e auxiliava na construção dos personagens. Acidentes de percurso, literalmente, me fizeram reatar com minha inicial escolha profissional. Chorou comigo, cuidou de mim.


Na alegria: Porto Seguro, Ribeirão Preto, Carazinho...Boates, bares, botecos...Hotel, pensão, barraca...Baturité, Julieta Envenenada, República...Camarão, macarrão, pão...Go go Boys, stripers, drags...Vídeo, cinema, Jô...Praia, Reservas, Castelo dos Bugres...Cama quebrada, mesa flexora, janela do carro...Casa, academia, escritório...Uma taça de vinho apenas, queijo, camisinha...Família, poucos amigos, Babi...Casa própria, barriga, é menina...


Na tristeza: Trabalho, patroas, casas vazias...Aluguel, voltar, rescisão...Meu passado, nosso presente, futuro dele...Natal longe, 2000 na estica, casamentos sozinha...Traição alheia, amigos, política de boa vizinhança...Família, calúnia, preconceito...Dívida, Faustão chamou, desacordo contratual...Atropelamento em casa, braço quebrado no trapézio, um telefonema...

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Gritos aos sussurros

Fora da Lei
Ed Motta
Composição: Ed Motta/Rita Lee

Cidade nua
Noite neon
Gata de rua faz ron-ron ao luar
Saio da cama
Pulo a janela
Ninguém como ela, ao luar

Mia, arranha o céu
Mia, lua de mel ao léu, well
Dois gatos pingados fora da lei
Ela é a rainha eu o rei
Farra no telhado fora da lei
Tudo bem
Sobe desce muros fora da lei
Ela sai por onde entrei
Gritos e sussurros fora da lei

Cidade nua
Faz serenata
Beijo na boca, vira-lata, de lixo
Amor de bicho
Paixão maluca
Cama de gato
Kama Sutra ao luar

Dois gatos pingados...


Eu, Fundo de Quintal, Alcione. Ele, Jamiroquai, Sade.
Eu, peixe. Ele, carne.
Eu, capoeira. Ele, musculação.
Eu, danço. Ele, também.
Eu, barzinho. Ele, boate.
Eu, família. Ele, adotou a minha.
Eu, falo muito. Ele, escuta bem.
Eu, bagunço. Ele, arruma.
Eu, leio. Ele, assiste.
Eu, amigos. Ele, cinema.
Eu, como. Ele, muito mais.
Eu, não bebo. Ele, nem pensar.
Eu, coca ligth. Ele, fanta uva.
Eu, sonho. Ele, realiza.
Eu, acordo. Ele, dorme.
Eu, hum...de manhã. Ele, ah...a noite.
Eu, segurança. Ele, ousadia.
Eu, pai. Ele, mãe.
Eu, amo viajar. Ele, viajando a trabalho.
Eu, aprendi amar. Ele, ensinou.
Eu, simpática. Ele, fechado.
Eu, será?. Ele, claro!.
Eu, espiritualista. Ele, não sei.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Amor e/com Sexo

Amor e Sexo
Rita Lee
Composição: Rita Lee / Roberto de Carvalho / Arnaldo Jabor

Amor é um livro
Sexo é esporte
Sexo é escolha
Amor é sorte...
Amor é pensamento
Teorema
Amor é novela
Sexo é cinema...
Sexo é imaginação
Fantasia
Amor é prosa
Sexo é poesia...
O amor nos torna
Patéticos
Sexo é uma selva
De epiléticos...
Amor é cristão
Sexo é pagão
Amor é latifúndio
Sexo é invasão
Amor é divino
Sexo é animal
Amor é bossa nova
Sexo é carnaval
Amor é para sempre
Sexo também
Sexo é do bom
Amor é do bem...
Amor sem sexo
É amizade
Sexo sem amor
É vontade...
Amor é um
Sexo é dois
Sexo antes
Amor depois...
Sexo vem dos outros
E vai embora
Amor vem de nós
E demora...
Amor é cristão
Sexo é pagão
Amor é latifúndio
Sexo é invasão
Amor é divino
Sexo é animal
Amor é bossa nova
Sexo é carnaval
Amor é isso
Sexo é aquilo
E coisa e tal!
E tal e coisa!
Ai o amor!
Hum! O sexo!

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Sim, eu aceito.

Nos meses que seguiram até o casamento tivemos algumas provações. Momentos não tão agradáveis, escolhas a serem feitas, pessoas que ambos teriamos que deixar para trás, iniciar uma vida a dois sem a casa própria...enfim, nada que a grande maioria não tenha passado, mas que quando estamos dentro da história é absurdamente exaustivo...Hà dois meses do casamento, com vestido pronto, local fechado, convites distribuidos tivemos nossa grande e decisiva discussão, cheguei a terminar o noivado, me arrepender por ter deixado tanta coisa para trás, mas eis que com a tempestade veio o sol mais lindo já visto. Constatei: eu o amo sim...não vou me sabotar mais uma vez.
E foi assim, a menos de dois meses do grande passo que descobri que o amava. No dia 15 de março de 1998, exatamente no dia que completamos um ano de namoro, falamos o "sim" para a felicidade.Passamos por cima de muita coisa, orgulho, medo, inveja, traição, uma pequena torcida contra e outra esperando o momento de dizer: “eu não avisei...".
Foi uma cerimonia simples, mas com muito brilho, um brilho que vinha da nossa alma; dos familiares e dos poucos amigos queridos que estavam presentes.


Por fim, brindamos a nossa ousadia.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Pedido às avessas

Por fim aceitei sair com ele...estava enrolada com uns não sei quantos, solteira, aproveitava mesmo...mas na primeira saída já vi que ali o buraco era mais embaixo...Dez dias depois o susto...já estávamos namorando, eu voltando de um Congresso de Fonoaudiologia e ele diz que queria conversar sério na minha volta...Foi me buscar em Itajaí, onde nem esperou chegarmos em Joinville, pediu licença para a carona e com um buquê de rosas e uma caixinha preta começou o pedido...Eu não estava acreditando, ele fazendo um discurso, se justificando, e por fim veio: quer casar comigo?Nossa...gelei, eu com um anel solitário na mão, característico, com pedido consumado, nem nos meus mais ousados devaneios passaria tal momento na minha cabeça...Eu não conseguia olhar, nem tão pouco falar, apenas disse que conversaríamos quando chegássemos em Joinville...Na minha cabeça só vinham pensamentos não muito adequados com um pedido formal: "10 dias? Só 10 dias? O cara nem me conhece... ainda nem brigamos... será que ele tem algum problema?...o que ele ta querendo com isso?"Convenhamos, em 10 dias de namoro não se conhece alguém...tá certo que nem em 10 anos se conhece...mas era demais pra minha cabeça...estava indo tudo tão bem...eu não era de namoros e estava curtindo...ele me tirou o chão com aquela atitude, principalmente porque percebi que era sério...ele realmente sabia o que queria...Novamente se confirma a minha eterna e confusa afirmação: Amor não é sentimento, é decisão!Claro que não pude aceitar, mas também não queria terminar o que estava me fazendo tão bem...Consegui segurar até julho, dai veio o intimado: "ou oficializamos ou terminamos, eu já decidi e sei muito bem o que quero”.

Bem, pode não parecer muito romântico, mas foi assim mesmo, meio na pressão...Estava feliz, não queria que acabasse, ele me dava segurança, eu sentia seu amor e a cada dia que passava sentia o meu amor se transformando...
Noivamos no dia do meu aniversário, e desse dia em diante caminhamos na mesma direção, algumas vezes não no mesmo caminho, mas sempre na mesma direção...se tive medo? Dúvidas? Nossa...Quantas...Mas ele estava ali do meu lado e me apoiou, me ajudou a buscar as respostas, mesmo nos momentos em que me machucou...Sim, porque não foram só de flores o caminho...os espinhos feriram sim...mas foi ele mesmo quem curou a ferida e arrancou o veneno...me mostrando que era humano, que também mentia, errava, mas que como qualquer outro ser humano tinha o poder da decisão...E decidiu por nós dois.

domingo, 27 de julho de 2008

O acaso...

Fomos apresentados numa tarde em Barra Velha num barzinho onde meu amigo Kairê trabalhava naquele verão...Estava jogando conversa fora, inclusive falando de desamores, na época estava solteira então tinha alguns paqueras, amores mal resolvidos, paixões devastadoras, e tinha o dom de amar e odiar como num passe de mágica...Então como já tinha coisa demais pra cabeça, não estava aberta a mais uma "ocupação" na minha vida...
Ana Maria, mãe da Renata uma amiga, já havia me falado do tal moço que acabará de chegar em Joinville, como conhecia minha fama de "festeira” achava que um cara que trabalhava na noite era o par ideal prá mim, imaginava que nessas condições par é o que nunca seriamos...perfeito para aquela profissão.Já foi logo cantando a bola: "Sandrinha, esse é o Clau, ele vai ser teu futuro namorado..."
Pense na cara da pessoinha aqui que parece a mais desinibida, eu disse parece...Pronto, olhei um cara marrento, de sunga vermelha que eu odeio, dizendo que fazia jazz, todo fortinho coisa que não faz minha cabeça, e com pinta de sou o fodão...Cochichei pro kairê: ele é gay, só pode...
Mordi a língua...
Nos três meses seguintes ele me cercou na academia, ficava assistindo meus ensaios de dança de rua, sempre se oferecia pra me levar para casa e flertava com olhares que confesso me incomodavam demais...me chamava pra sair, mas eu temia...sabia que algo ali era diferente...

Prefácio

Esse blog teve como intuito continuar o caderno que eu escrevia prá minha filha. Iniciei o caderno querendo deixar registrado coisas que gostaria de lhe explicar, ensinar, ou até mesmo educar, mas que atualmente ela não compreenderia, e uma delas é a história de amor com o pai dela. Não sei se é defesa, medo, ou sequelas de surpresas que a nossa vida nos prega, mas até a presente data ensaiei, rabisquei, apaguei, não publiquei, pensei, chorei, mas não conseguia escrever sobre o maior objetivo do velho caderno.
Hoje ele estaria fazendo 37 anos, ainda não fui prestar a homenagem póstuma, e nem sei se vou...Mas resolvi não mais adiar e escrever sobre a gente.
Claudinei de Santana nasceu em Umuarama, Pr, mas viveu muito tempo em Ribeirão Preto, SP. Já fez de tudo, pregava de casa em casa, foi Testemunha de Jeová por toda sua adolescência, talvez venha dai sua tremenda cara de pau no palco e a lábia nas vendas dos eventos que realizava. Vendia gato por lebre tranqüilamente se fosse preciso...Não é à toa que me ganhou no papo e casei.
Já foi Dj, Office boy, artista no circo do Marcos Frota, engoliu fogo, Papai Noel, trapezista, empresário, e as más línguas dizem que até laranja foi.Foi esse homem que me ganhou... Um gentleman, galanteador, lindo, batalhador, persistente e sonhador...E é a nossa história que vou ensaiar aqui como forma de terapia...Alta, quem sabe.




domingo, 6 de julho de 2008

Hippocampus 3.4

Símbolo escolhido pela Duda para me presentear... Fez questão de escolher o presente sozinha.
Confesso que não compraria, não é meu gosto, mas claro que nesse dia tive que usá-lo, pois é o presente mais sincero que poderia receber de alguém que me ama, e ao pesquisar achei muitas particularidades interessantes.
Cavalo Marinho - Um peixe para lá de exótico


  • O cavalo marinho é uma espécie de peixe muito curiosa e, no mínimo, exótica. Todos, algum dia, já pararam em frente a um aquário para admirar este peixe. (narcisista eu? meu aniversário...então to perdoada);
  • Ele faz um grande sucesso, não só pela sua aparência, mas também pela maneira como nada. (ok...sem comentários);
  • Seu corpo é coberto por placas dérmicas que servem de proteção contra os inimigos. (sabia que certas coisas nao me atingiam a toa. Tinha que ter uma explicação científica para isso.);
  • Podem ser colocados em pequenos aquários com corais ou objetos que eles possam se prender. Bons companheiros para o cavalo marinho são peixes pequenos e lentos. (caraca, não tinham me avisado disso...rs);
  • O cavalo marinho se alimenta de pequenos moluscos, vermes, crustáceos e plâncton que são sugados através do seu focinho tubular. (ok);
  • Alimentos que não se movimentam não serão comidos já que ele não tem costume de ir buscar alimento. Ele come o que estiver passando por ele. (mais uma vez sem comentários).
  • Os cavalos-marinhos apresentam grande variação no seu comprimento. Existem espécies bem pequenas (os "pigmeus") , 16 milímitros. (ta bom, mais uma explicação científica pra toda essa minha altura...rs);
  • Na primavera, a fêmea executa uma dança para seduzir o macho; por sua vez, o macho intumesce sua bolsa ventral para impressioná-la. Por várias horas, macho e fêmea nadam um ao redor do outro na superfície da água, antes de acontecer o acasalamento. (ta explicado!);
  • Os cavalos-marinhos apresentam uma complexa biologia reprodutiva, com elaborados comportamentos, como corte e saudações diárias das fêmeas aos machos. Estudos sugerem que algumas espécies são fiéis a um único parceiro. (bingo!);
  • Mas a característica mais marcante da reprodução dos cavalos-marinhos é o fato de que, neste grupo, são os machos que ficam “grávidos”. (desculpa aí...).
Devido a esta bizarra anatomia, estes animais são mestres em prender a atenção de pessoas de qualquer faixa etária, as pessoas ficam paralisadas e boquiabertas quando ficam frente a frente com estes animais em algum aquário público ou até mesmo em lojas especializadas no comércio de animais aquáticos. No primeiro encontro entre seres humanos e estas agradáveis criaturas, a primeira reação é a de estar vendo algo que achavam não existir, poucos minutos depois são chamados de frágeis, meigos e maravilhosos.
Nos dias de hoje, existem pessoas firmemente convencidas de que os Cavalos Marinhos só existem no reino da Mitologia ao lado de Sereias e serpentes ou até mesmo guardiões de Netuno, Deus dos Mares da Mitologia grega. A partir dos gregos surgiu o primeiro nome para estes animais: Hippocampus, que quer dizer em grego Hippos = cavalo e Kampe = lagarto, para os antigos gregos este nome tinha um significado assombroso como Monstro Marinho. Portanto um animal que combina toda esta bizarra anatomia não poderia escapar das lendas.
"Malandro é o cavalo-marinho que se finge de peixe pra não puxar a carroça."

domingo, 15 de junho de 2008

Amar é...

- Bom dia mãe, não acorda ainda não tá?
- Porque filha?
-Vou fazer uma coisa que você não pode ver.

...meia hora depois...

- Filha! Ta tudo bem?
- Pode vir mamãe...

sábado, 14 de junho de 2008

Declaração do Riso da Terra



Quando os deuses se encontraram
E riram pela primeira vez,
Eles criaram os planetas, as águas, o dia e a noite.
Quando riram pela segunda vez, criaram as plantas, os bichos e os homens.
Quando gargalharam pela última vez, eles criaram a alma.
(de um papiro egípcio)

Palhaços do mundo uni-vos!

Vivemos um momento em que a estupidez humana é nossa maior ameaça.Palhaços não transformam o mundo, quiçá a si mesmos.E nós, palhaços, tontos, bufões, que levamos a vida a mostrar toda essa estupidez, cansamos.O palhaço é a expressão da alegria, o palhaço é a expressão da vida no que ela tem de instigante, sensível, humana.
Alegria que o palhaço realiza a cada momento de sua ação, contribuindo para estancar, por um momento que seja, a dor no planeta Terra.O palhaço é a única criatura no mundo que ri de sua própria derrota e ao agir assim estanca o curso da violência.
Os palhaços ampliam o riso da terra.
Por esse motivo, nós, palhaços do mundo, não podemos deixar de dizer aos homens e mulheres do nosso tempo, de qualquer credo, de qualquer país.

Cultivemos o riso.
Cultivemos o riso contra as armas que destroem a vida. O riso que resiste ao ódio, à fome e às injustiças do mundo.
Cultivemos o riso. Mas não um riso que discrimine o outro pela sua cor, religião, etnia, gostos e costumes.
Cultivemos o riso para celebrar as nossas diferenças.Um riso que seja como a própria vida: múltiplo, diverso, generoso. Enquanto rirmos estaremos em paz.

Carta da Paraíba - João Pessoa, 2 de dezembro de 2001.
Declaração do Riso da Terra, documento gerado no "Riso da Terra", realizado em João Pessoa. O festival que reuniu palhaços de várias partes do planeta foi idealizado, produzido e dirigido pelo PALHAÇO XUXU - o ator e diretor Luiz Carlos Vasconcellos.

Eu e a Du tivemos a felicidade de assistir o espetáculo "Silêncio Total - Vem chegando um palhaço", neste sábado na praça Nereu Ramos, exibida logo após a roda do Grupo Beribazu.
Foi mágico...amo muito dar gargalhada...

domingo, 8 de junho de 2008

O que toda mulher inteligente deve saber

Sabe aquele livro que você tem curiosidade de ler, mas o título te subestima? Pois então, cansei de ir na Livrarias Curitiba, passar os olhos por esse livro e preconceituosamente nem tocá-lo. Por fim, ele veio parar nas minhas mãos por debaixo dos panos e não perdi a oportunidade. Leiam...Um chacoalhão nunca é demais, mesmo que venha de um título tão irritante...Sim, porque é terrível você se achar uma mulher inteligente e de repente perceber que por muito tempo não quis ver a diferença entre:

Sedutor e confiável
Caráter e carisma
Boas roupas e bons princípios
Pessoa legal e pessoa narcisista

Eu mesma sou campeã em tapar o sol com a peneira e me vislumbrar.S. Carter e J. Sokol ao escreverem esse livro foram felizes em colocar numa linguagem simples coisas que são tão óbvias para nossas amigas, mas que pra nós que estamos prestes a vivenciar uma situação bloqueamos o aviso "cuidado....perigo."
Claro que sabemos que temos que nos manter racional num relacionamento; que nossa inteligência que tem que controlar nossas emoções e não o inverso; que devemos confiar mais em nossos valores que nossos hormônios e que devíamos ficar afastadas de relacionamentos que significam problemas; afinal na grande maioria das vezes experiência é o que se ganha quando você não obtém o que quer. Então porque diabos nos portamos como se o amor de uma mulher fosse o suficiente para mudar o comportamento de um homem cronicamente doente??? Dai volto a pensar sobre a tal frase que já coloquei em outro momento: Amor não é sentimento, é decisão caracaaaaaaaa...E não me refiro só ao grande amor, aquele em que sonhamos passar o resto de nossas vidas ou pelo menos boa parte dela, mas a qualquer tantinho de amor, aquele amor por uma noite, por uma semana, por um verão...
O livro além de dar aquele cutucão como nunca esquecermos nossas prioridades, nem se dedicar a um homem mais tempo que ele se dedica a você e nunca esquecermos de julga-los pelas consistências de suas ações e não de suas palavras (precisei grifar isso), também descreve o que seria um relacionamento sadio.
  • Ambos os parceiros tem espaço para crescer;
  • A auto estima é fortalecida e não ameaçada;
  • Ambos têm direitos iguais (o que não significa que ele não pode abrir a porta do carro para elas, combinado?);
  • Sexo nem sempre é perfeito, mas isso não tem importância (ok acho que podíamos rever essa parte);
  • A independência é incentivada;
  • Interesses diferentes não constituem ameaça;
  • Tarefas deves ser compartilhadas;
  • Diferenças devem ser negociadas;
  • Deve existir espaço para uma troca sincera.

Se um bom relacionamento deveria conter esses itens, porque demoramos pra sair daquele que nos causa desconforto? Confesso que o X da questão seria antes de mais nada saber o valor das coisas que temos a oferecer, não oferecer cedo demais e saber o patamar que queremos chegar e ter certeza que é nesse patamar que queremos estar.

Sim, concordo com minha amiga Deise que afirma que somos nós muheres que complicamos, que queremos coisas abstratas....mas amiga, somos mulheres como Vênus, e não de Vênus...e esperamos mudanças e alguns homens de fato mudam, mas quando o fazem freqüentemente mudam de mulher também não é?
E no final sabe qual a grande verdade???

...Os bandidos quando partem em direção ao por do sol...eles partem sozinhos...


Mas quem é o bandido?

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Você é Linda

Fonte de mel
Nos olhos de gueixa
Kabuki, máscara
Choque entre o azul
E o cacho de acácias
Luz das acácias
Você é mãe do sol
A sua coisa é toda tão certa
Beleza esperta
Você me deixa a rua deserta
Quando atravessa
E não olha pra trás

Linda
E sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer
E diz
Você é linda
Mais que demais
Vocé é linda sim
Onda do mar do amor
Que bateu em mim

Você é forte
Dentes e músculos
Peitos e lábios
Você é forte
Letras e músicas
Todas as músicas
Que ainda hei de ouvir
No Abaeté
Areias e estrelas
Não são mais belas
Do que você
Mulher das estrelas
Mina de estrelas
Diga o que você quer

Você é linda
E sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer
E diz
Você é linda
Mais que demais
Você é linda sim
Onda do mar do amor
Que bateu em mim

Gosto de ver
Você no seu ritmo
Dona do carnaval
Gosto de ter
Sentir seu estilo
Ir no seu íntimo
Nunca me faça mal

Linda
Mais que demais
Você é linda sim
Onda do mar do amor
Que bateu em mim
Você é linda
E sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer
E diz

Primeira competição na GR.
Categoria: Mirim
Colocação: 2o Lugar