sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Tentei sorrir, hoje não.

Eu gosto de rituais. Confesso. Meus amigos conhecem meus mimos, meus presentes geralmente envolvem algo que necessite de uma ação simbólica. Eu crio meus rituais. Não gosto de seguir os prontos ao pé da letra, mas gosto de me basear neles. Assim como receitas de bolo, preciso delas, mas sempre modifico e dou meu toque. Gosto muito da passagem de ano, dos rituais. Pular 7 ondinhas, usar calcinha nova, comer isso ou aquilo, usar branco, jogar rosa, enfim... O ano novo, o dia 31 de dezembro,  por mais que seja apenas um dia como outro qualquer, me da a sensação de poder começar de novo, ou apenas, começar. E eu preciso disso. Sou uma pessoa que precisa de pausas. Algumas são rápidas, outras mais demoradas e outras se repetem constantemente, as vezes ao longo do dia inclusive. Este ano não estou de calcinha nova, de roupa especial, não me programei pra encerrar este 2020. Não consegui sorrir pra foto, alguns amigos tiveram perdas, outros estão passando esse dia de uma forma dolorosa, então não consegui sorrir, mas mesmo assim sou grata por ter os meus familiares e mais próximos com saúde e vivos. Sim, plantei sementes no solstício de verão simbolizando minhas intenções para o novo ano antes da próxima pausa. Mas hoje não, hoje dia 31 não estou em festa, não estou feliz, não estou brincalhona, nem desbocada. Estou assim, reflexiva, com semblante cansado, olheiras evidentes, descabelada pela brisa que amo, ouvindo o samba que invade a sacada, reclusa e de biquíni por baixo. Desejo que em 2021 você faça suas pausas quando necessário, seus rituais quando achar por bem, sorria quando tiver vontade, e chore quando precisar, mas que busque mais vezes sorrir... ele contagia. O Desejo palpável para a humanidade é que use a máxima de não fazer para o outro o que não gostaria que fizessem pra você. Os desejos utópicos que tenho, só divido em mesa de bar, café, no sofá ou na cama. Enfim, que venham mais 365 novos dias onde ao longo deles criarei novos rituais, novas crendices e quem sabe ao final dele tenha vontade genuína de sorrir.

sábado, 14 de novembro de 2020

A Finitude


Recebi este video e me deparei com o seguinte paradoxo: A vida é curta, mesmo quando ela é longa.
Se tem uma coisa que me faz esquecer de mim, do mundo, da vida, é a dança. Quando danço eu sinto, eu me entrego, eu me liberto de toda razão, sou apenas sentimento, vivo realmente o momento presente, não existe o antes, nem o depois, eu realmente consigo estar no agora. 
São poucas coisas que me tiram de mim, que me fazem viver a essência, o que sou. Sim, passo por isso em outros momentos da vida, mas na dança eu diria que é 99,9% das vezes.
Sou canceriana, o próprio nome deste blog já revela, e na dança posso dizer que sou a canceriana típica, vivo com emoção.

Quando eu assisti esse video acima, chorei. Chorei por me colocar no lugar dela, chorei por achar lindo, por sentir o que ela sentiu, por ter a dança impregnada na alma, porém chorei por me deparar como somos pequenos, limitados, finitos, e chega um hora que a emoção transborda do peito, da alma e você só pode suspirar, quando muito, recordar.
Marta Gonzalez mesmo com Alzheimer não esqueceu os passos que dançava quando era bailarina principal de Nova York, nem tão pouco o sentimento que viveu nos anos 60, carregava isso com ela aquele momento, e não foi o "alemão" que a fez esquecer. 
Ela teve uma vida longa, morreu ano passado, mas ao ver este video, a sensação que tenho é que ela achou curta.

Essa semana uma adolescente de 15 anos abreviou sua vida. Linda, sorridente, amada, uma vida inteira pela frente, mas mesmo assim, por motivos que por mais que os pais, familiares, amigos, professores e até nós estranhos empáticos queiramos tentar, jamais saberemos. Quem decide por morrer, leva essa verdade consigo. Não existem culpados, não podemos torcer a faca no peito de quem partiu e nem de quem ficou. Dói demais pensar em se colocar no lugar, imagina quem já esta la. Infelizmente ela jamais saberá o que estava por vir.

A finitude me assusta, não a minha, e sim a de quem amo, do que amo. O minuto de bobeira, o desespero, o falso controle também me assustam. 
Eu amo a vida. Temo sim a morte dos meus. Temo a separação, temo o desconhecido, temo a própria crença, a incerteza, temo o pra sempre, temo o nunca, temo não ter tempo de perder o medo. Temo saber que só tenho uma única certeza nessa vida, a morte. 
Então por quê partir antes?

Eu continuo andando, com longas pausas, com diversos pulos, pegando atalhos, mudando a rota, recalculando, voltando, mudando o roteiro, na grande maioria das vezes sorrindo, gargalhando, em algumas bravejando, metendo a quinta marcha e dando luz alta, outras vezes eu paro pra ver o mar que eu amo, respiro, choro sozinha que foi como aprendi, e depois, continuo, e nem sempre sei pra onde estou indo, mas eu vou. Só sei que a música sempre me acompanha, e eu danço, numa cadeira, no volante, sozinha ou a dois. O fim chega, deixo ele pra lá...já a "dança", essa depende de mim.





segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Treta Dolosa

 Deixa, deixa, deixa eu dizer o que penso dessa vida, preciso demais desabafar" (Claudia e D2)


Não sou de me envolver em tretas de redes sociais, ficar dando minha opinião,  mas dessa vez tá me dando gastrite, e talvez por estar em épocas onde ando mexendo com sentimentos e fantasmas com minha terapeuta eu não esteja conseguindo me segurar.
O fato é que meu sangue ferveu assistindo aquele abuso de audiência no caso da Mariana Ferrer, o fato é que fiz transferência sim. Tenho empatia,  me coloquei no lugar dela pois já passei por algo parecido e tenho várias conhecidas que já passaram também.
Nunca falei abertamente, mas sim, já passei por isso, já sofri um estupro e não, não, eu não posso provar. 
Na época eu simplesmente não entendia o que estava acontecendo comigo. Várias coisas passavam na minha cabeça:
"Porquê eu transei com ele?"
"Eu não queria, porquê transei?"
"Eu fui fácil, fui vagabunda."
Eu chorava, eu me culpava, e eu me conformei que o problema era eu que fui "a facinha".
Mais tarde, descobri que foi o tal "boa noite cinderela". Até então pra mim estupro era regado a violência física, e não tinha noção do que era a falta de capacidade de reação. Estar totalmente apática, como que se você conseguisse ver seu corpo logo ali com outra pessoa.
Sim queridos, isso pode acontecer com você. Você vai transar, vai sair andando normalmente, você inclusive pode até dar a mão pro tal cara, e pode nem ser mais virgem.
"Ah Sandra, mas como você pode provar?" Eu realmente não posso. Nunca quis, e nem vou, e inclusive duvidei até de mim. Mas isso não vem ao caso.
ELA denunciou, ELA teve coragem. ELA ousou. ELA sofreu um segundo estupro, o virtual, um abuso, e na verdade foi este que a meu ver realmente mexeu com muita gente, pois este sim nós assistimos.
O machismo, o assédio moral, o estar sozinha, abandonada, sem nem mesmo com a parte que cabia a ela por direito a defender, me deixou arrasada, me deixou cega a qualquer questão jurídica. Naquele vídeo já não me importava mais se o fato aconteceu ou não, naquele vídeo eu estava sendo abusada junto com ela.
Naquele vídeo eu me vi sozinha, eu senti vergonha alheia, eu achei injusto o julgamento, a grosseria, a humilhação, o abuso de poder velado, e tudo isso por ela apenas ser mulher.
Carregamos nas costas anos de repressão,  de machismo,  de sociedade pudica, de educação repressora, de paradigmas que eu carrego até hoje e ainda tento quebrar em terapia quando me acho ousada demais. Não sou a dita "feminista chata", mas sou ser humano que teria empatia por qualquer pessoa que tivesse sido tratada daquela forma, e o fato é que até eu ainda carrego certo machismo em mim, e odeio isso, tenho nojo.
Eu nem tinha 9 anos quando me senti a primeira vez incomodada por ser mulher e tive que ouvir a minha avó falar que a culpa era minha porquê uma moça não deve sentar nem se vestir daquela forma.
O mundo está muito melhor, eu realmente acredito nisso, e é por isso que muita gente não se cala mais.
Então deixa, deixa, deixa...

domingo, 11 de agosto de 2019

Honra teu pai - Saudade

Pode ser um dia comercial como dia das mães, dia dos namorados, entre outros. Mas independente disso, adoro ver esse momento em que um filho faz uma pausa para dedicar um tempo, olhar pra sua história, declinar sua cabeça e honrar. Um dos mandamentos mais sábios, honrar pai e mãe. 
Hoje chorei, sorri, conversei e até gargalhei com ele, dei uma de louca mesmo. To sozinha, ninguém me vê. Mas precisava honra-lo, mesmo que "in memorian".
Fui atrás da primeira lembrança que eu tenho dele. Tinha 6 ou 7 anos. Eu fantasiada de índia, ele retocando a minha pintura, estávamos sentados num ginásio, eu no meio de suas pernas, ele me amparando, aguardando a minha apresentação de dança. Lembro do assobio dele bem alto, estridente e dos aplausos daquelas mãos ressecadas. Eu olhava pra ele. Buscava o seu reconhecimento, o brilho no seu olhar, a sua admiração, o seu sorriso. Não era consciente, consciente sou hoje da importância daquele momento pro resto da minha vida.
Meu pai foi sempre muito presente. Mesmo quando me esquecia. Lembro dele brigando comigo quando fui malcriada com minha mãe. Lembro dele colocando os cadarços no tênis com perfeição, sempre lembrando que aprendeu isso no exército, na guerra, e tenho certeza que isto era um ritual pra ele. 
Ele fazia um sanduíche milimetricamente perfeito, nunca deixava margarina sobrando, nem tocar a lateral do pão, e o queijo ficava certinho, bem centralizado. E depois ele cortava com a faca. Até hoje não consigo comer um pão sem cortar no meio. 
Quando começava a aparecer bolor, ou as frutas começavam a apodrecer, ele não jogava fora. Cortava o que não prestava, e salvava o resto conseguindo ainda fazer com que ficasse mais saboroso.
Pedia desconto sempre, me matava de vergonha na "Só Tenis". Lembro dele beijando o rosto da minha mãe com ternura e timidez. Lembro dele me explicando quando tive meu primeiro carro: "Na linguagem dos homens, carro é que nem mulher. Devemos cuidar, tratar com carinho e nunca emprestar pra ninguém". 
Quando ele me visitou em Balneário de surpresa e viu que eu estava acompanhada, ele não brigou, nem foi careta, apertou a mão do Fernando, perguntou em sussurro quem era esse cara, e me ligou no dia seguinte falando com um pouco de rodeios: "Tu já é uma mulher, só se cuida, falam muito em doenças e filho agora ta cedo."
Quando ia num parque de diversão, não tinha medo algum. Até na Torre do Beto Carreiro foi, e eu fiquei embaixo, rezando pra que ele não tivesse um infarto. Mas ele saia do brinquedo falando: "Porrate, minhas tripas vieram pra cabeça". Ele também amava a praia, e quando estava nela, aproveitava até o ultimo minuto, ora na água, adorava boiar, ora brincava na areia. 
Sempre me falou de ombridade, que o nome é tudo que temos. Palavra de honra era uma frase que ele usava constantemente quando queria provar que o que dizia era a mais pura verdade.
Ah, e ele dançava. Conheceu minha mãe num baile, na Matola(Africa). Eles dançavam lindamente, e logo eu quis dançar com ele. Foi meu melhor parceiro. Ele era gordinho, mas foi o homem mais leve que eu dancei até hoje. Cheio de ritmo e improviso. A gente desfilava dançando.
E hoje eu olho pra mim e vejo o quanto dele me transformou na mulher que eu sou. Metade disso vem dele, a outra metade da minha mãe, tão maravilhosa quanto. 
A saudade que eu sinto me faz chorar as vezes, mas não é uma dor rasgada, é uma dor que vem acompanhada de um sorriso, de lembranças. Mas sim, o cheiro, o toque, o beijo, os espirros ensurdecedores fazem falta. Te honro pai. E obrigada mãe por ter escolhido esse homem pra ter sido o meu pai. Você acertou em cheio.

sábado, 10 de agosto de 2019

Antes a resistência, do que o chuveiro.

O dia de ontem não foi dos melhores. Tinha tudo pra ser um daqueles "sextou", começou com uma energia louca de entrega, de que tudo posso, mas aos poucos o dia foi se transformando. 
Batalha mental, reunião mensal com meta não atingida, noticia de que uma jovem mulher e mãe tirou sua própria vida, ficha caindo de que to na zona de conforto e preciso botar esse bundão pra rebolar, e pra fechar com chave de ouro, banho gelado em pleno mês de agosto.
Engraçado como a gente vai absorvendo algumas energias a ponto de acabar com toda sua resistência, e o dia acabou exatamente assim, com a resistência do chuveiro queimando, literalmente e metaforicamente.
Acabei meu banho gelado, sentei no sofá, respirei e resolvi me recolher. Pra dentro mesmo. Respirar, observar, analisar e por fim, sentir. Como me é difícil sentir sem pensar.
De tempos em tempos preciso fugir do mundo que me distrai pra encontrar comigo mesma. E assim o fiz. Estou aqui na minha praia do coração. Pedi ajuda pra ficar perto do mar sozinha. Essa parte já aprendi, já sei pedir ajuda, não gosto, mas to treinando.
Ver o mar me acalma. Ficar sozinha me reconecta com a minha força estranha. Sentir o vento, a brisa, me faz sentir o que não posso tocar, e isso me da a certeza que não sou apenas matéria, minha alma esta ali, bem grudadinha em mim.

Essa vem com manual, a nossa, não!

O chuveiro queimou. Não, não queimou, foi apenas a resistência. E isso a gente troca fácil. Não tão fácil pra uma mulher de um metro e meio que se sente desprotegida embaixo da água fria.  Mas a gente se retira rápido, enxuga o corpo gelado, se acaricia com um creme pra esquentar, veste um pijama que já tem a forma do seu corpo, senta no sofá e bota a mente pra funcionar. É noite. Hoje não consigo resolver, então paciência. Amanhã você pensa nisso. Cedo levantei, cedo resolvi. Não tão rápido quanto quem já ta acostumado, afinal essa foi a minha primeira resistência trocada totalmente sozinha.
O chuveiro já vinha dando sinais, eu que não quis resolver. "Ah, quando queimar, eu troco".
E as vezes é assim que a gente vai levando. No meu caso foi apenas a resistência, no daquela jovem mulher, foi o chuveiro inteiro. Ela por algum motivo não quis trocar, não quis pedir ajuda, e a casa é dela, o chuveiro é dela. 
Então, não cabe a ninguém dar palpite furado dizendo que era apenas uma resistência queimada. 
A dor do outro me perturba mais que a minha. Na verdade, não é a dor, e sim o sofrimento.
Dor é inevitável quando sentida, mas o sofrimento sempre achei ser opcional. Mas será mesmo? 
Eu consigo olhar pra dentro, me respeitar, e cuidar pra não sofrer, apenas sentir a dor, mas talvez algumas pessoas não tenham ainda achado esse caminho onde a dor não tem razão.
E voltamos a chave principal. A resistência. Ela só faz sentido se estiver ligada a uma tomada, a energia, do contrário, mesmo novinha, não vai funcionar. E hoje trocando sozinha lembrei que pra ela não queimar de novo, antes é preciso um banho de água fria.

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Eterna Busca

E acho que busco me conhecer desde o "Chapeuzinho Vermelho", jardim de infância. 
Primeira lembrança que tenho do "olhar pra dentro" foi quando um amiguinho chamado Renato me roubou um beijo dentro do brinquedo, do túnel, no parquinho. Fiquei tão estranhamente feliz que lembro até hoje eu querendo saber o que tinha acontecido comigo, e nunca foquei nele, e sim ao que eu senti e não no fato dele ter sido quem provocou. 
E quando no mesmo jardim eu corria da casa de brinquedo onde morava uma bruxa imaginária, eu mesmo assim não colocava a tal culpa na bruxa, eu queria descobrir porquê eu sentia medo se a professora dizia que ali não existia nada.
As pessoas que conhecem um pouco da minha história sempre tem curiosidade em saber, nossa Sandra, como você deu conta? E eu sempre digo que não tive opção. Era o que tinha a se fazer. Foi assim que aprendi. Cedo me conheci, cedo me dominei, cedo me impulsionei, cedo tive vergonha de mim, cedo me aceitei, cedo me amei, cedo entendi que a força estava dentro de mim, e que fora tem muita coisa que brilha, mas também tem muita coisa que faz sombra.
Por isso vivo na busca pelo autoconhecimento até hoje. A gente chama de busca porque sempre aparece coisa nova, sabe tipo casamento que acaba onde você só conhece a pessoa quando você separa?
É assim. A gente sempre aprende coisas novas sobre a gente, portanto pra essa relação não acabar, tem que regar, ouvir, calar, ser empática consigo mesma.
Só assim você será feliz para sempre e poderá deixar alguém chegar pra colocar purpurina em tudo isso.
Simples assim? Mentira, mas bem mais concreto que tentar entender o outro.
Numa pane de avião, coloque a máscara primeiro em você, daí sim poderá ajudar o outro.

quarta-feira, 31 de julho de 2019

Pequenos Milagres

Sempre fico na dúvida quando me perguntam qual minha religião. 
Nasci católica, família bem portuguesa, devotos de Nossa Senhora de Fátima e da Sãozinha, estudei em colégio adventista e fazia estudo bíblico diariamente, minha melhor amiga da adolescência era protestante, na faculdade morei com uma Espírita, casei com um testemunha de Jeová, tenho amigos da Umbanda, Budismo, Evangélicos e Ateus. Sinceramente, com tantos amigos do bem, com tantas pessoas que admiro, e com tanta variedade de crenças e opções, não consigo mais dar nome aos bois. Quem sou eu pra pensar que aquilo ali "não é de Deus"???
Sou da religião do autoconhecimento, do perdão, da empatia. 
Costumo falar que tenho uma variedade de lugares onde me encontro com Deus(eu chamo assim) e gosto de me religar em diversas situações. Dançando, no samba, nas palestras espíritas, no silêncio das Igrejas, nos lindos louvores, nos papos cabeça, leituras, no trabalho por mim escolhido, no voluntariado, no amor recebido, no amor correspondido e no amor doado, na natureza e por fim nos pequenos milagres. 
Ah esses pequenos grandes milagres!!!
Não sejam céticos. Contemplem ou chamem de coincidências, acaso, mas não os deixe passar sem fazer uma pausa, praticar a gratidão e colocar um sorriso na cara.
Aí está a minha religião, é aí que me conecto a Deus, Universo e ao meu Eu.
Qual a minha religião? 
O Amor.

domingo, 16 de junho de 2019

Conselho: Namore. Se namore!

Dizem que se fosse bom, vendia. Então não leia daqui pra frente.
Sim, essa aí sou eu que você não vê. Vitamina no cabelo, rugas enfatizadas, sem make, com minancora onde precisa, colágeno vencido nas olheiras, de pijama as 11, com roupa estendida pra aproveitar o sol de domingo, alma em paz e a mesma energia que muitos dizem enxergar em mim.
Então vamos ao conselho. Namore. Namore-se.
Oi? Você, falando isso? A viúva, solteira, independente falando isso?
Sim, euzinha digo. Namore. Sozinha ou acompanhada. Mas se namore.
Planejei esse mês todinho pra mim. Como minha filha estaria fora o mês todo, pensei: esse mês é só pra mim!
E planejei sair, curtir, visitar amigos, sambar, dançar, transar, viajar, me cuidar.
E digo, ninguém deve te amar mais do que você mesmo. Isso não é egoísmo, isso é sanidade. Mesmo namorando alguém, tire um tempo pra se namorar, curtir teus pensamentos, falar com você mesmo, e no meio da faxina da casa, se encontre. E não tenha medo disso.
Estar sozinha não é solidão, você não precisa do barulho do outro ou do silêncio da noite pra se ouvir, você precisa apenas tirar um tempo pra se conhecer. E quando você começa a se conhecer, e você vê a pessoa maravilhosa que você é, tudo que essa pessoa fez pra você, tudo que ela aguenta, todos os presentes que ela te dá e que mesmo conhecendo os defeitos, fraquezas, você ainda quer estar com ela, você só pode ter a certeza que achou a sua alma gêmea e está aí, dentro de você.
Daí você vai estar pronto pra namorar mais alguém além de si mesmo, ou entender porquê esse homem ou mulher te namora há tanto tempo.
Portanto meu conselho é: mesmo namorando, namore. Mesmo sozinho, namore. Namore-se.
Se apaixone por você o máximo de vezes que conseguir, essa energia vai transbordar de você e atingir o outro, e mesmo sozinho, a solidão nunca te alcançará.

sábado, 9 de abril de 2016

AH TA, ME POUPE!!!

E era exatamente desse jeito que eu estava hoje cedo quando acabei meu treino. Roupinha nada sexy parecendo um menino mesmo, esbaforida, suada, com olheiras e a minha famosa e ridícula pochete pendurada(me da outra dica pra carregar chaves, documento, celular e bombinha que eu abandono ela), quando eu passei por dois garotos de seus 20 ou 21 anos e escuto: - eu comia, e tu?. Ah querido, não deu outra. Sangue ferveu. Virei, olhei bem pra cara dele e respondi: "ah não...tu não comia. NUNCA!!!" A gente, me poupe. Eu já tenho que ter a maior força de vontade do mundo pra levantar da cama cedo e sair pra treinar em pleno sábado. Não é fácil, e ainda não é natural pra mim. Quem me conhece sabe que eu sempre busco mais o confortável que o bonito, que eu preciso de foco, e que eu estou correndo atras de uma meta muito antiga, dai vem dois pias de bosta(com perdão da palavra) e fazem questão que eu ouça esse comentário??? Você até pode pensar, comentar com seu coleguinha, nós também fazemos isso, mas ei... não seja indelicado, respeite toda mulher, tem hora certa pra tudo, até pra fazer ela ouvir um "eu comia". Não ela não vai se sentir lisonjeada, desejada, sexy ou feminina. Não as oito horas da matina, suada, cansada, determinada e com uma pochete pendurada na bunda. Amamos elogios, adoramos nos sentir feminina, e nada como um homem pra nos fazer sentir assim. Mas eu disse um homem, não um verme. Passado a fúria matinal, cheguei em casa, tomei um copo de água gelado, tirei o tênis e me joguei no sofá. Mais calma, suspirei, me olhei novamente, achei graça de tudo aquilo e pensei: quer saber? Ele foi muito infeliz no comentário, mas eu concordo com ele.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Quem queimou mesmo o sutiã???

Não, não sou machista. Não sou a favor de nenhum retrocesso. Mas ei, to cansada, me deixa. Cansada de dar conta de tudo sozinha. Hellooo!!! Não, eu não dou conta(sempre). Dias como os de hoje me fazem largar no sofá e chorar. Sim, eu choro. Não to sempre sorrindo e fazendo palhaçada. Não sou aquela mulher que da conta de tudo sozinha não. Apenas me viro do jeito que dá. E Ponto. - Sandrinha, não gosto de te ver assim. Pois é, se você não gosta meu amigo, imagina eu. Assim como eu, conheço mais uma caminhão de mulheres que se viram nos trinta. Leoas, cavalas, camelas. Diferente do que ouço, não é uma opção estarmos ai dando conta de tudo. Apenas tocamos em frente, com pausas, mas tocamos. A gente para sim. Deprime. Faz bico(e que bico). Chora... mas dai olha pro lado e suspira, enxuga uma lágrima, lava o rosto e vai lavar a louça. Acho que assisti seriado demais na minha infância. Mulher maravilha, Mulher Bionica, As Panteras, Jeannie é um gênio.
Fomos criadas para sermos assim. Esse tipo de mulher. A mulher maravilha, que trabalha fora o dia inteiro, cuida da família e ainda salva o mundo. Mas e os homens??? Será que na época que eu assistia esses seriados de meninas existiam seriados mostrando o quanto a gente precisa do companheiro pra dividir tudo isso?? Que eu me lembre, passava Magaiver, que fazia uma bomba de um chiclets, e o Incrível Hulk que acabava sempre numa estrada sozinho. Caramba. A maldita que queimou o sutiã não devia ter peito. Me perdoe o desabafo, mas quando você olhar pra uma mulher como eu(e tem milhares por ai), olhe através dela. Tome a frente. Carregue uma sacola, mesmo que ela diga que da conta. Abra a porta do carro, mesmo que ela dirija. Diga que ela esta linda, mesmo ela sabendo que esta. De colo. Deixe-a chorar. A gente aprendeu desse jeito. É verdade, a gente da conta sozinha, não porque quer, mas porque é preciso. E sim, precisamos de vocês homens, amigos, irmãos... Precisamos do sexo oposto pra nos lembrar que apesar de tudo, ainda somos mulheres.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Tu és a glória do teus fundadores...

Não, não nasci em Joinville. Vim pra cá aos 4 meses com meus pais fugindo de uma guerra, porém hoje moro em Joinville por opção. Amo essa cidade, ainda quero morar na praia, mas isso é quando me aposentar(falta um tiquinho). Também passei por boa parte que vocês Fernanda Cagneti e Vanessa Gonzaga tão bem me fizeram relembrar no facebook, com algumas pequenas diferenças. Estudei no Chapeuzinho Vermelho, Furj, Adventista, Bom Jesus e Positivo. Ainda na infância passava o verão em Barra Velha, pegando a 101 que não era duplicada, mas já achávamos super rápido chegar lá. Brincava de subir em árvores pra comer carambola, e andava de carrinho de rolimã pertinho do centro, na casa das vizinhas Marisa e Rita. Fiz comunhão na Igreja Santo Antonio, não lembro do padre não. A primeira vez que participei no festival de dança foi no 7º, e também amava passar as tardes na casa da cultura onde as gincanas eram comandadas pela Fabiola Bernardes. A primeira "balada", que chamávamos apenas de Boate, foi o Tênis Clube, tinha também o Rariah e Chamonix. Como gostava de samba, também ia no Bar da Sandra(não era meu), Tropical e no Fofão. Carvanal era na Liga. Meu primeiro cinema no Cine Palácio. Meu primeiro shopping, Shopping Joinville, conhecido depois como Shopping Americanas. Ainda adolescente, tomava banho de rio no Piraí, pulava sem nenhuma responsabilidade daquelas pedras. Enfim, Joinville cresceu muito. Ainda reclamamos sim porque não conseguimos lugar para almoçar as 14:00, e poderíamos ter mais eventos culturais. Mas ela não esta parada no tempo. Se você mora em Joinville e não gosta, vaza. Se você esta há mais de cinco anos nesta cidade sem gostar, não venha me dizer que é por falta de escolha. Se esta aqui ainda, e continua reclamando, me desculpe, mas é por pura estagnação sua ou incompetência própria. Vai a luta. Sou muito feliz na minha cidade, e sim, ela não é perfeita também. Se você ainda esta aqui, não gosta e ganha seu sustento nesta cidade, seja educado e inteligente. Guarde pra si, ou divida apenas com seus amigos numa rodinha de bar. Do contrário, faça como nós, e mostre o que existe de belo e encantador nesta linda cidade que é a glória dos seus fundadores. Abaixo, o olhar de mais uma nascida aqui e com orgulho desta cidade, Nani Cabral Fotografia.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Ih choveu, cabelo encolheu!

2011, 2012, 2013, 2014...ufa...2015!!! Sim, passou muito tempo desde a última vez que escrevi no blog. Não me pergunte porquê, nem eu mesma sei. Falta de tempo, de dor, de inspiração, de amor...acho que até mesmo falta de vontade. Minha vida mudou muito de lá pra cá. Meio óbvio, seria patético estar tudo na mesma. Fiquei aqui pensando em que imagem colocar, e pensei na recente mudança de visual, e que analisando bem, voltei quase a estaca zero. Estava tão grande e cortei de novo!! O liso é apenas momentâneo, na saída correndo do salão pro carro já começou a aparecer os cachos.
E porque retornar hoje? Nem sei se é um retorno, apenas estou em casa, sozinha, e com vontade de escrever. E sem assunto específico. Nenhuma emoção a flor da pele que me movesse a escrever, apenas sentei e fiz. Nesses 4 anos minha avó Georgina morreu literalmente, e digo literalmente porque o luto dela já havia sido vivido por mim no início de sua doença. Meu gato morreu, sim o Lucas, que tinha um gênio igual a mim, teve um infarto. Atualmente adotamos a Paçoca, uma gata que é um grude, manhosa, carente e que acha que é um cachorro, corre atras do rabo, obedece, busca brinquedos e vem quando chamada. Sai de um emprego de 9 anos, e assumi o risco de mudar totalmente e ter apenas um único emprego, e não mais 3 ou 4 como era antes. Agora convivo com as mesmas pessoas a maior parte do dia(tinha medo danado disso). Continuo sendo dois(eu e minha filha), e achando que ser três ainda não cabe na minha vida(balela, quando me apaixonar, isso deve mudar). Enfim, ando serena. E gosto. Sem muitos altos e baixos, mas de vez em quando se aventurando a fazer uma escovinha pra mudar, com a segurança que a chuva me traga de volta. "Ih choveu, cabelo encolheu todinho". P.S. O cabelo será doado. Continuo acreditando que nada é por acaso.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Réu...mas não confesso!!!

Credo Sandra, como roubam coisas de você!!!
Essa frase dita ontem na dança de salão, num bate papo descontraído, me fez pensar muito a respeito de alguns acontecimentos.
Realmente já "perdi" algumas coisas na vida, nunca por roubo (graças ao ladrão), mas muitos furtos...
O primeiro furto que me vem a cabeça, eu fui a culpada. Por este, confesso. Eu deveria ter cerca de 3 anos (meu problema com memória é apenas a recente), arranquei uma boneca das mãos de uma outra criança e sai correndo. Minha avó uma portugesa quase que ditadora, me deu umas belas palmadas e me fez devolver a boneca. Será que a lei de causa e efeito começou a valer a partir daquele episódio???
"...livrai-me de todo o mal, amém! "
Livros, Cds, casaco, sapato de dança, bota, bicicleta, bolsa, jóias, caneta, relógio, dinheiro, batom, carro, etc, etc, etc...
Não conseguiria lembrar de tudo que já me foi tirado sem meu consentimento. Porém essa frase ficou martelando. Será que sou eu culpada por alguns desses "pequenos" delitos? Será que não cuido direito das minhas coisas?
Não é segredo pra ninguém que tento praticar o desapego...será então que tudo isso seria uma provação?
Já tentaram roubar sonhos, esperança, amigos, paqueras, namorados, até irmã... Ei, só lamento. Nesse mundo ninguém é de ninguém. Você não conseguirá roubar algo que não me pertence. Nem o carro era meu...ele ainda era do banco...tive direito a parte que me cabia.
Mas, e se eu tivesse colocado o carro dentro do estacionamento, estaria eu livre da culpa? E se não tivesse emprestado o livro? E se tivesse colocado um alarme no carro, meus cd's ainda estariam lá? E se tivesse enfiado uma coleira no namorado, ele ainda seria meu?
Quer saber, semana passada roubaram um carro de dentro do shopping e um amigo ciumento perdeu sua paixão pro seu próprio irmão.
Continuo fazendo a minha parte. Pago seguro do carro, de vida, marco meus livros, meus cd's, uso minhas jóias, e cuido (a minha maneira) dos meus amores. Sou réu, mas, não confesso!
A frase me fez pensar que talvez eu deva aprender a cuidar um pouco mais das minhas coisas, e pasmem, estou colocando o carro em estacionamento desde então.
Aprendi a duras penas que pagar o seguro não vai me trazer o meu carro novamente, eu sei... mas quer saber? Trouxe um novo!!!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O que seria de mim sem envelhecer uma toalha...

Sai do banho agora há pouco. Quente e demorado. No frio e no chuveiro não tenho nada de boa moça, nada...nem um pingo de consciência ecológica. Quente demais. Demorado demais. Porém antes de entrar no banheiro é imprescindível não esquecer da toalha. Caso contrário geralmente não tenho a quem recorrer com aqueles gritos: pega uma toalha pra mimmmmm????
Hoje quando fucei minha gaveta me deparei com uma toalha nova no fundo, brinde de uma das empresas que já prestei serviços. Essa toalha deve estar na gaveta há pelo menos uns 4 meses sem uso. Ta ai uma coisa que não compro: Toalhas. Espero ganhar, e olha que quando as ganho acabo ainda achando estranho pois jamais daria de presente pra alguém, porém ao ser presenteada com um jogo delas sempre vejo o quanto estava precisando e nem tinha me dado conta. A Tati que o diga...rs
Sempre que vou pro banho acabo pegando a mesma toalha, ou, as mais surradinhas, velhas, rasgadas, manchadas...
Toalha nova é boa pra exibir, oferecer a visita, levar na mala quando você vai passar um tempo na casa de alguém, mas geralmente ela é bonitinha e ordinária. Bem apresentável, porém não seca nada. Escorrega no corpo. A água não é absorvida pela toalha. Ela chega a ser gelada. Fria mesmo.
Toalha boa pra mim é aquela toalha que um dia foi branca, e agora é cor de burro quando foge (ta, eu sei que o correto seria corro de burro quando foge, mas o fato é que eu mudaria de cor ao ver um burro correndo atrás de mim...rs).
Toalha boa é uma desfiada que tenho, meio rasgada, com manchas, mas que conhece meu corpo como nenhuma outra. Ela praticamente se molda ao sentir minha pele. Não escorrega no meu corpo, toalha velha adere a ele. Sabe cada segredo, cada vão, conhece cada cicatriz, cada sinal, adora absorver a água de cada celulite gostosa da minha bunda... Toalha velha conhece meu corpo como toalha nova alguma ousou conhecer. Toalha velha me acompanhou nos momentos mais marcantes da minha vida. Me viu chorar, me viu orar, me viu relaxar, me viu gozar. Banheiro sempre foi meu abrigo; Meu divã; Meu confessionário; Meu motel.
Não, não vou ser hipócrita. Os brindes que ganhei de final de ano daquela empresa da nossa cidade que um dia trabalhei por noites regadas a café do meu amigo enfermeiro, tem toalhas maravilhosas, macias, e até com ervas aromáticas, terapêuticas, e são novas...Já ganhei, usei, gostei, mas (e sempre tem um mas), elas ficaram melhores ainda quando ficaram velhas. Fato.
Tento, juro que tento me desfazer de certas toalhas velhas...mas quando entro no banheiro, ligo o chuveiro, tiro a roupa, deixo o vapor inundar a casa...corro nua pro meu quarto (sim, geralmente esqueço de pegar a toalha antes), abro a gaveta, e até olho pra toalha de cor intensa, novinha, pouco usada... porém remexo, bagunço, e acabo buscando aquela velha conhecida companheira de um dos momentos mais intensos e íntimos do meu dia...Afinal, pra que você quer uma toalha? Pra te enxugar ou pra te cobrir por um tempo? Cada coisa no seu lugar...Toalha não é lençol...e não tente enxugar seu lindo corpinho com um pedaço de tecido ou pano lindo...não tem o mesmo efeito. Quebra o galho, faz parte do desespero, afinal molhada no frio ninguém quer ficar. Mas jamais darei a toalha velha pra uma visita, minha avó ensinou que devemos oferecer as visitas algo apresentável. Pode deixar, tenho as novas guardadas pra vocês. Mas ei, usei um pouquinho também né...tive que amaciar antes.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Oração da Serenidade

Deus, conceda-me serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso mudar;
coragem para mudar aquelas que posso;
e sabedoria para reconhecer a diferença entre elas.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Fábula do Sapo e do Escorpião

O Escorpião aproximou-se do sapo que estava à beira do rio. Como não sabia nadar, pediu uma carona para chegar à outra margem.
Desconfiado, o sapo respondeu: "Ora, escorpião, só se eu fosse tolo demais! Você é traiçoeiro, vai me picar, soltar o seu veneno e eu vou morrer."
Mesmo assim o escorpião insistiu, com o argumento lógico de que se picasse o sapo ambos morreriam. Com promessas de que poderia ficar tranquilo, o sapo cedeu, acomodou o escorpião em suas costas e começou a nadar.
Ao fim da travessia, o escorpião cravou o seu ferrão mortal no sapo e saltou ileso em terra firme.
Atingido pelo veneno e já começando a afundar, o sapo desesperado quis saber o porquê de tamanha crueldade. E o escorpião respondeu friamente:
- Porque essa é a minha natureza!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Crocodilo Tic Tac

E duas semanas se foram...
Iniciei o que achava que seria a grande limpeza da casa e da alma, mas o tempo passou rápido demais. Não organizei nem metade do que pensava. Achei que duas semanas de férias de um dos meus empregos seria o suficiente para organizar a casa e a vida. Ledo engano.
Um pequeno detalhe passou batido. Esqueci que estava no mês de julho. Festival de dança. Férias da Duda. Folga da diarista. Muita coisa pra me tirar o foco.
Não consegui lixar e pintar a "porta" da lavanderia como havia me planejado (desculpa Déa, não cumpri a promessa). Não organizei a estante preta bagunçada no meu quarto. Não toquei no artigo da especialização. Não li os livros que comprei. Não vi o filme que aluguei. Enfim, não vou ficar com essa culpa só pra mim. No meio disso tudo, assisti novamente( com criança em casa você sempre assiste algo novamente, again, de novo, forever...aff) o filme "Em busca da Terra do Nunca".
Chorei. Não havia chorado na primeira vez. Mas dessa vez chorei, e sorri. E dividi a culpa com o crocodilo tic tac. Sim, o tempo nos persegue. E como eu pude achar que colocaria a casa em ordem sozinha? Não bati cartão todas as noites no Campeonato de dança de salão? Não dispensei a diarista? Esqueci que sou mãe e em julho minha filha não tem aula??? Ei crocodilo...lamento, mas conviva com isso: Eu não te odeio.
Ta certo, não ia conseguir tirar férias prolongadas e visitar a terra do nunca em apenas duas semanas. Será??? Então. Estive lá sim, mas essa terra não é pra mim.
Mas agora eu sei o caminho, e sim crocodilo, eu voltarei sempre que quiser, porém sempre deixando migalhas de pão para não esquecer o caminho da minha casa bagunçada. Ah ta, desculpa, essa é outra história infantil...
Mas o blog é meu, a casa é minha, e o atalho pra chegar na terra do nunca é só meu também. Cada um que faça o seu.
E no meio de tanta bagunça que eu achava que tinha que dar conta sozinha, enquanto eu preparava um jantar para receber minhas visitas, eis que surge a minha Wendy pra me salvar.
- Mãe, vem ver o teu quarto.
Adivinhem. Arrumou a minha estante preta. Do jeito dela, a maneira dela.
E assim o crocodilo ficou mudo por alguns dias.
Não, o tempo não para. Já cantava Cazuza. Mas se tivermos alguém pra dividir o tempo com a gente, conseguimos atrasá-lo. E quando me refiro a alguém, entendam esse "alguém" como qualquer pessoa ocupando qualquer categoria na sua vida. Filhos, pais, amigos, namorados, vizinhos, cachorro ou gato... É uma delicia viver intensamente e lentamente cada momento com cada "personagem" que entra na sua história...e é mais maravilhoso ainda poder chorar ao entrar na terra do nunca e sorrir ao sair dela. Eu sei o caminho. Posso me perder, mas mesmo dando voltas e voltas, sempre acho o caminho de volta pra minha casa não mais suja, nem bagunçada...apenas com algumas coisas ainda fora do lugar. Afinal, quero um lar de verdade, e não uma casa de revista.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Casa bagunçada e suja

Acordei inspirada. Pra faxina da casa e da vida. Pausa pra respirar e usar a bombinha no meio de tanto pó. Me dei conta que não entro aqui desde o ano passado. Então imagine quanta poeira acumulada tava colocando embaixo do tapete.
Não adianta. Meu tapete é de crochê, minha mãe que fez, tem espaços vazios no meio das flores.
E outra, tenho rinite. Não posso usar o Foraseq como socorro como tenho feito ultimamente. Ele é tratamento. A bombinha, o Aerolin que é o socorro. Essa semana pretendo arrumar a casa. E volto aqui pra organizar melhor, pois dispensei a diarista por duas semanas.
Vou ter que dar conta sozinha.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

E.T., Telefone, Minha Casa...

"Todos os objetos colocados em órbita um dia voltarão à Terra, mas muitos deles levarão centenas, milhares ou mesmo milhões de anos para reentrar na atmosfera, alguns, por suas dimensões e constituição, serão consumidos pelo atrito." (Os perigos do lixo espacial - Super Interessante). Do ano passado pra cá, é mais ou menos assim que minha vida se encontra. Sinto que estou morando no espaço, à deriva, sem rumo, levitando, cercada de "lixo espacial". Não sei se isso se deve ao fato da perda do meu pai, no fundo acredito que este fato foi apenas um grande contribuidor, não a gota pro copo transbordar, porque ainda não transbordou. Acho que meus copos são de plásticos resistentes, com um micro furo, que nunca transbordam e nunca esvaziam. E é bem provável que os tenha comprado numa promoção, pague 100 e leve 200. Perda da base,, do herói, do amigo, do braço direito, do homem que sempre esteve presente em minha vida. Talvez esteja melancólica hoje justamente por ser dia dos finados. Mas que diabo,não consigo lembrar de outro dia dos finados que tenha dado um dia tão lindo. Não vou no cemitério. Não que nunca vá, mas nesses dias não gosto. Funciona pra mim como igreja. Gosto de ir quando estão vazios. Onde eu possa chorar, orar, sorrir, lembrar...enfim, talvez meu psiquiatra esteja realmente certo e o meu maior mal seja o déficit de atenção e não a depressão. Tai mais um motivo. Preciso de foco. Preciso de foco até para sentir dor ou fé. Não posso me distrair num cemitério com aquela multidão, nem tão pouco orar numa missa onde aquele senta e levanta, canta e ora, ajoelha e repete, me dispersa totalmente me afastando do objetivo principal. Em março voltei pra casa da mãe, mais um emprego, aumentei minha carga horário, iniciei uma pós-graduação, e desde então me sinto largada como se fosse um lixo espacial. Não consigo achar se quer um livro, minhas roupas apertadas, tudo largado, improvisado, pois a mudança acontecerá ainda este ano, este mês... Meus horários apertados, sem tempo, ou no mínimo sem cabeça para organizar meu tempo. Orçamentos na hora do almoço, tarefas com a filha no intervalo desse mesmo almoço, academia, sem tesão nenhum. Preciso de foco, estou distraída na minha bagunça. Preciso de foco pra sofrer, pra sorrir, pra dançar, pra amar... Santa Ritalina, que no meio disso ainda me ajuda a pelo menos na hora do trabalho não me distrair com um pedaço de algum satélite que possa estar passando pela minha órbita. Não sei pedir ajuda, e o pior, não lido bem quando peço ajuda e não a recebo. Aprendi sim a me virar sozinha, mas saibam, isto não é uma opção. Ta meio enraizado, agir por impulso, não pedir ajuda, passar a ideia de que estou bem, e que dou conta. Ta bom...sei que dou conta. Não quero mudar a imagem de uma hora pra outra de mulher guerreira, pra mulher coitada. Na verdade não gosto de nenhum dos dois títulos. Se pudesse escolher, optaria em que os outros me vissem como uma mulher forte, que não foge da batalha, mas que tem medo sim, e que precisa de colo, mas que não sabe pedir colo. Se precisar tocar sozinha, ela toca, mas ela preferiria apenas dividir... Dai me vejo novamente no espaço, com caixas empilhadas, pronta pra mais uma mudança (minha mãe não suporta mais essa minha vida de cigana, como ela mesma se refere), desviando dos pedaços de lixo espacial, de olho pra não cair no buraco negro...dizem que de lá ninguém sai, mas já existem teses dizendo que lá possa ser o começo... Por toda essa loucura,delírio imediatista, pois não sei editar, apenas jogar aqui, é que me deu saudade de assistir E.T..
Primeiro filme que assisti no cinema, talvez por isso nunca tenha sonhado muito com um príncipe encantado, um castelo, e uma única possibilidade de final. Me fascinei tanto com aquele filme, com aquela mistura de lágrimas, gargalhadas e sentimento puro, que eu teria ficado feliz com os dois finais, ele ficando ou ele indo...essa história me emociona mais, assistiria novamente mesmo odiando ver filmes repetidos. Um garoto convicto, determinado, igual ao Elliot que ajudou E.T. a retornar pro seu planeta, e uma menina doce, meiga, com fé, igual a Gertie que deixou todo o filme mais lindo e apaixonante...Isso sim é filme romântico, pra você se dar ao luxo de sonhar e sair dessa estranha realidade.

domingo, 11 de julho de 2010

Sta. Vania da Tuiuti

Foram dois finais de semana de aula de ética, pra concluirmos que Ética não se aprende, você nasce com ela. Será?
A gente filosófa, chora, pensa, ora, reclama, mas o que fica mesmo são as atitudes.
Passei na secretaria da pós e expliquei o meu descuido. A Santa Vania da Faculdade da Tuiuti me concedeu a benção. Não perdi o meu desconto, ela me dará no próximo mês.
Amo pessoas com ATITUDE. Obrigada de coração querida por não ter lavado suas mãos.
Pessoas com bom senso, jogo de cintura, e corretas como você que fazem a diferença.