quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Réu...mas não confesso!!!

Credo Sandra, como roubam coisas de você!!!
Essa frase dita ontem na dança de salão, num bate papo descontraído, me fez pensar muito a respeito de alguns acontecimentos.
Realmente já "perdi" algumas coisas na vida, nunca por roubo (graças ao ladrão), mas muitos furtos...
O primeiro furto que me vem a cabeça, eu fui a culpada. Por este, confesso. Eu deveria ter cerca de 3 anos (meu problema com memória é apenas a recente), arranquei uma boneca das mãos de uma outra criança e sai correndo. Minha avó uma portugesa quase que ditadora, me deu umas belas palmadas e me fez devolver a boneca. Será que a lei de causa e efeito começou a valer a partir daquele episódio???
"...livrai-me de todo o mal, amém! "
Livros, Cds, casaco, sapato de dança, bota, bicicleta, bolsa, jóias, caneta, relógio, dinheiro, batom, carro, etc, etc, etc...
Não conseguiria lembrar de tudo que já me foi tirado sem meu consentimento. Porém essa frase ficou martelando. Será que sou eu culpada por alguns desses "pequenos" delitos? Será que não cuido direito das minhas coisas?
Não é segredo pra ninguém que tento praticar o desapego...será então que tudo isso seria uma provação?
Já tentaram roubar sonhos, esperança, amigos, paqueras, namorados, até irmã... Ei, só lamento. Nesse mundo ninguém é de ninguém. Você não conseguirá roubar algo que não me pertence. Nem o carro era meu...ele ainda era do banco...tive direito a parte que me cabia.
Mas, e se eu tivesse colocado o carro dentro do estacionamento, estaria eu livre da culpa? E se não tivesse emprestado o livro? E se tivesse colocado um alarme no carro, meus cd's ainda estariam lá? E se tivesse enfiado uma coleira no namorado, ele ainda seria meu?
Quer saber, semana passada roubaram um carro de dentro do shopping e um amigo ciumento perdeu sua paixão pro seu próprio irmão.
Continuo fazendo a minha parte. Pago seguro do carro, de vida, marco meus livros, meus cd's, uso minhas jóias, e cuido (a minha maneira) dos meus amores. Sou réu, mas, não confesso!
A frase me fez pensar que talvez eu deva aprender a cuidar um pouco mais das minhas coisas, e pasmem, estou colocando o carro em estacionamento desde então.
Aprendi a duras penas que pagar o seguro não vai me trazer o meu carro novamente, eu sei... mas quer saber? Trouxe um novo!!!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O que seria de mim sem envelhecer uma toalha...

Sai do banho agora há pouco. Quente e demorado. No frio e no chuveiro não tenho nada de boa moça, nada...nem um pingo de consciência ecológica. Quente demais. Demorado demais. Porém antes de entrar no banheiro é imprescindível não esquecer da toalha. Caso contrário geralmente não tenho a quem recorrer com aqueles gritos: pega uma toalha pra mimmmmm????
Hoje quando fucei minha gaveta me deparei com uma toalha nova no fundo, brinde de uma das empresas que já prestei serviços. Essa toalha deve estar na gaveta há pelo menos uns 4 meses sem uso. Ta ai uma coisa que não compro: Toalhas. Espero ganhar, e olha que quando as ganho acabo ainda achando estranho pois jamais daria de presente pra alguém, porém ao ser presenteada com um jogo delas sempre vejo o quanto estava precisando e nem tinha me dado conta. A Tati que o diga...rs
Sempre que vou pro banho acabo pegando a mesma toalha, ou, as mais surradinhas, velhas, rasgadas, manchadas...
Toalha nova é boa pra exibir, oferecer a visita, levar na mala quando você vai passar um tempo na casa de alguém, mas geralmente ela é bonitinha e ordinária. Bem apresentável, porém não seca nada. Escorrega no corpo. A água não é absorvida pela toalha. Ela chega a ser gelada. Fria mesmo.
Toalha boa pra mim é aquela toalha que um dia foi branca, e agora é cor de burro quando foge (ta, eu sei que o correto seria corro de burro quando foge, mas o fato é que eu mudaria de cor ao ver um burro correndo atrás de mim...rs).
Toalha boa é uma desfiada que tenho, meio rasgada, com manchas, mas que conhece meu corpo como nenhuma outra. Ela praticamente se molda ao sentir minha pele. Não escorrega no meu corpo, toalha velha adere a ele. Sabe cada segredo, cada vão, conhece cada cicatriz, cada sinal, adora absorver a água de cada celulite gostosa da minha bunda... Toalha velha conhece meu corpo como toalha nova alguma ousou conhecer. Toalha velha me acompanhou nos momentos mais marcantes da minha vida. Me viu chorar, me viu orar, me viu relaxar, me viu gozar. Banheiro sempre foi meu abrigo; Meu divã; Meu confessionário; Meu motel.
Não, não vou ser hipócrita. Os brindes que ganhei de final de ano daquela empresa da nossa cidade que um dia trabalhei por noites regadas a café do meu amigo enfermeiro, tem toalhas maravilhosas, macias, e até com ervas aromáticas, terapêuticas, e são novas...Já ganhei, usei, gostei, mas (e sempre tem um mas), elas ficaram melhores ainda quando ficaram velhas. Fato.
Tento, juro que tento me desfazer de certas toalhas velhas...mas quando entro no banheiro, ligo o chuveiro, tiro a roupa, deixo o vapor inundar a casa...corro nua pro meu quarto (sim, geralmente esqueço de pegar a toalha antes), abro a gaveta, e até olho pra toalha de cor intensa, novinha, pouco usada... porém remexo, bagunço, e acabo buscando aquela velha conhecida companheira de um dos momentos mais intensos e íntimos do meu dia...Afinal, pra que você quer uma toalha? Pra te enxugar ou pra te cobrir por um tempo? Cada coisa no seu lugar...Toalha não é lençol...e não tente enxugar seu lindo corpinho com um pedaço de tecido ou pano lindo...não tem o mesmo efeito. Quebra o galho, faz parte do desespero, afinal molhada no frio ninguém quer ficar. Mas jamais darei a toalha velha pra uma visita, minha avó ensinou que devemos oferecer as visitas algo apresentável. Pode deixar, tenho as novas guardadas pra vocês. Mas ei, usei um pouquinho também né...tive que amaciar antes.