terça-feira, 2 de novembro de 2010

E.T., Telefone, Minha Casa...

"Todos os objetos colocados em órbita um dia voltarão à Terra, mas muitos deles levarão centenas, milhares ou mesmo milhões de anos para reentrar na atmosfera, alguns, por suas dimensões e constituição, serão consumidos pelo atrito." (Os perigos do lixo espacial - Super Interessante). Do ano passado pra cá, é mais ou menos assim que minha vida se encontra. Sinto que estou morando no espaço, à deriva, sem rumo, levitando, cercada de "lixo espacial". Não sei se isso se deve ao fato da perda do meu pai, no fundo acredito que este fato foi apenas um grande contribuidor, não a gota pro copo transbordar, porque ainda não transbordou. Acho que meus copos são de plásticos resistentes, com um micro furo, que nunca transbordam e nunca esvaziam. E é bem provável que os tenha comprado numa promoção, pague 100 e leve 200. Perda da base,, do herói, do amigo, do braço direito, do homem que sempre esteve presente em minha vida. Talvez esteja melancólica hoje justamente por ser dia dos finados. Mas que diabo,não consigo lembrar de outro dia dos finados que tenha dado um dia tão lindo. Não vou no cemitério. Não que nunca vá, mas nesses dias não gosto. Funciona pra mim como igreja. Gosto de ir quando estão vazios. Onde eu possa chorar, orar, sorrir, lembrar...enfim, talvez meu psiquiatra esteja realmente certo e o meu maior mal seja o déficit de atenção e não a depressão. Tai mais um motivo. Preciso de foco. Preciso de foco até para sentir dor ou fé. Não posso me distrair num cemitério com aquela multidão, nem tão pouco orar numa missa onde aquele senta e levanta, canta e ora, ajoelha e repete, me dispersa totalmente me afastando do objetivo principal. Em março voltei pra casa da mãe, mais um emprego, aumentei minha carga horário, iniciei uma pós-graduação, e desde então me sinto largada como se fosse um lixo espacial. Não consigo achar se quer um livro, minhas roupas apertadas, tudo largado, improvisado, pois a mudança acontecerá ainda este ano, este mês... Meus horários apertados, sem tempo, ou no mínimo sem cabeça para organizar meu tempo. Orçamentos na hora do almoço, tarefas com a filha no intervalo desse mesmo almoço, academia, sem tesão nenhum. Preciso de foco, estou distraída na minha bagunça. Preciso de foco pra sofrer, pra sorrir, pra dançar, pra amar... Santa Ritalina, que no meio disso ainda me ajuda a pelo menos na hora do trabalho não me distrair com um pedaço de algum satélite que possa estar passando pela minha órbita. Não sei pedir ajuda, e o pior, não lido bem quando peço ajuda e não a recebo. Aprendi sim a me virar sozinha, mas saibam, isto não é uma opção. Ta meio enraizado, agir por impulso, não pedir ajuda, passar a ideia de que estou bem, e que dou conta. Ta bom...sei que dou conta. Não quero mudar a imagem de uma hora pra outra de mulher guerreira, pra mulher coitada. Na verdade não gosto de nenhum dos dois títulos. Se pudesse escolher, optaria em que os outros me vissem como uma mulher forte, que não foge da batalha, mas que tem medo sim, e que precisa de colo, mas que não sabe pedir colo. Se precisar tocar sozinha, ela toca, mas ela preferiria apenas dividir... Dai me vejo novamente no espaço, com caixas empilhadas, pronta pra mais uma mudança (minha mãe não suporta mais essa minha vida de cigana, como ela mesma se refere), desviando dos pedaços de lixo espacial, de olho pra não cair no buraco negro...dizem que de lá ninguém sai, mas já existem teses dizendo que lá possa ser o começo... Por toda essa loucura,delírio imediatista, pois não sei editar, apenas jogar aqui, é que me deu saudade de assistir E.T..
Primeiro filme que assisti no cinema, talvez por isso nunca tenha sonhado muito com um príncipe encantado, um castelo, e uma única possibilidade de final. Me fascinei tanto com aquele filme, com aquela mistura de lágrimas, gargalhadas e sentimento puro, que eu teria ficado feliz com os dois finais, ele ficando ou ele indo...essa história me emociona mais, assistiria novamente mesmo odiando ver filmes repetidos. Um garoto convicto, determinado, igual ao Elliot que ajudou E.T. a retornar pro seu planeta, e uma menina doce, meiga, com fé, igual a Gertie que deixou todo o filme mais lindo e apaixonante...Isso sim é filme romântico, pra você se dar ao luxo de sonhar e sair dessa estranha realidade.

domingo, 11 de julho de 2010

Sta. Vania da Tuiuti

Foram dois finais de semana de aula de ética, pra concluirmos que Ética não se aprende, você nasce com ela. Será?
A gente filosófa, chora, pensa, ora, reclama, mas o que fica mesmo são as atitudes.
Passei na secretaria da pós e expliquei o meu descuido. A Santa Vania da Faculdade da Tuiuti me concedeu a benção. Não perdi o meu desconto, ela me dará no próximo mês.
Amo pessoas com ATITUDE. Obrigada de coração querida por não ter lavado suas mãos.
Pessoas com bom senso, jogo de cintura, e corretas como você que fazem a diferença.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

To Voltando Pra Casa...

Hoje acordei no meio da madrugada, esbugalhei os olhos e me odiei: " caralh...perdi 80 reais!". Porr@#! Fiquei p... da cara comigo. Desculpem tanta boca suja, inclusive me censuro ao escrever, mas tenho que largar todo esse sentimento aqui. Perdi oitenta reais. PQP. Não acredito... A fatura com direito ao desconto venceu ontem. Não acredito. Briguei por esse desconto da pós, e agora o perdi única e exclusivamente por culpa minha. Por fim, não dormi mais. Insônia. Acordada me martirizando até dois minutos antes de despertar meu celular para de fato acordar. Fiquei irritadíssima. Tomei banho enterrando a bucha no meu corpo pra ver se sangrava. Peguei a primeira roupa do armário porque não podia me arrumar e me sentir bonita depois de perder oitenta reais. Arranquei a areia do gato antes do dia de limpar a caixa higiênica dele. Joguei tudo que tinha na bolsa no chão, pois ontem um chicletes filha da mãe vazou nela. Engoli o café da manhã. Reclamei com a mãe e a Cida. Me martirizei e me arranjei milhões de desculpas pra minha falta de organização. " Tudo aconteceu junto. Trabalho novo, venda do apartamento, voltei pra mãe, compra do apartamento, comecei a pós...tudo em março. E olha que eu ainda tomo ritalina pra ver se me organizo."Cheguei no trabalho, fui pro banheiro, e rezei. De repente me vi sentada num vazo sanitário e voltei aos meus 8 anos de idade. Meu Deus...o que eu tenho feito da minha vida??? Para tudo. Eu quero voltar pra casa. Quando era criança tinha o hábito de me fechar no banheiro e conversar com Deus. hoje com 36 anos, conversei novamente. Comecei a orar, não discutir. Orar. Eu quero parte daquela Sandra de volta. Aquela menina que sentava no chão do banheiro, e orava, chorava, mas tudo ficava bem de coração. Dai lembrei do dia que o Clau morreu. Ele morreu por 80 reais. Pra economizar 80 reais ele foi naquela viagem. E realmente acho que minha vida nunca mais foi a mesma desde então. Já não orava mais no banheiro. Passei simplesmente a chorar no banheiro. E hoje, depois de perder horas de sono, percebi que novamente estou brigando com meu mundo por oitenta reais. Chega. Acorda pra vida Sandra. Deixa de se fazer de coitada. Não é você mesma que te define como uma mulher de 8 ou 80, mas que sempre tentando chegar nos 36??? Buscando o equilíbrio??? Cheguei. 36 anos. Cresce. E por dentro nega, porque esse um 1,50 não vai mudar. Dei um basta em mim mesma. Chorei sentada no vazo. Orei. Revi minha vida. E decidi: " Obrigada senhor por ter perdido esses 80 reais hoje." Fiz as pazes com Deus. Já perdi uma parte da minha vida por economizar esses ridículos 80 reais. Não vou perder a oportunidade de recuperar a minha sanidade com a feliz coincidência de perder 80 reais. Estou voltando pra casa gente, pelo menos to na beira da estrada pedindo carona, e se não conseguir... pago 80 reais pela passagem. Eu me quero de volta!!!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Duas bolas, por favor!

Por Danuza Leão...

Não há nada que me deixe mais frustrada do que pedir sorvete de sobremesa, contar os minutos até ele chegar e aí ver o garçom colocar na minha frente uma bolinha minúscula do meu sorvete preferido.

Uma só.

Quanto mais sofisticado o restaurante, menor a porção da sobremesa. Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência, comprar um litro de sorvete bem cremoso e saborear em casa com direito a repetir quantas vezes a gente quiser, sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.

O sorvete é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano.

A vida anda cheia de meias porções, de prazeres meia-boca, de aventuras pela metade.

A gente sai pra jantar, mas come pouco.

Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.

Conquista a chamada liberdade sexual, mas tem que fingir que é difícil (a imensa maioria das mulheres continua com pavor de ser rotulada de ‘fácil’).

Adora tomar um banho demorado, mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta.

Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo, mas tem medo de fazer papel ridículo.

Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD, esparramada no sofá, mas se obriga a ir malhar.

E por aí vai.

Tantos deveres, tanta preocupação em ‘acertar’, tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação…

Aí a vida vai ficando sem tempero, politicamente correta e existencialmente sem-graça, enquanto a gente vai ficando melancolicamente sem tesão…

Às vezes dá vontade de fazer tudo ‘errado’.

Deixar de lado a régua,

o compasso,

a bússola,

a balança

e os 10 mandamentos.

Ser ridícula, inadequada, incoerente e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito.

Recusar prazeres incompletos e meias porções.

Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou e disse uma frase mais ou menos assim: ‘Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora’…

Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem, podemos (devemos?) desejar várias bolas de sorvete, bombons de muitos sabores, vários beijos bem dados, a água batendo sem pressa no corpo, o coração saciado.

Um dia a gente cria juízo.

Um dia.

Não tem que ser agora.

Por isso, garçom, por favor, me traga:

cinco bolas de sorvete de chocolate,

um sofá pra eu ver 10 episódios do ‘Law and Order’,

uma caixa de trufas bem macias

e o Richard Gere, nu, embrulhado pra presente. OK?

Não necessariamente nessa ordem.

Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago . . .


sábado, 16 de janeiro de 2010

Friends for life, not just a summer or a spring

Verão mais chuvoso, férias mais caseiras possíveis, no vermelho como todo inicio de ano pra mim...como não sou muito de filmes, acabo lendo e pensando demais pro meu gosto. Estava relendo meu outro blog , pra ver se retorno a escrever, e me deu saudades dos amigos. Não posso ser injusta com quem esta do meu lado, tenho ótimas amigas, mas também tenho amigas que sempre me fazem ter saudades de outras amigas.
Não por me serem parecidas, e sim por deixarem um vazio que as que guardo a sete chaves nunca deixam, mesmo longe ou do lado.
Não vou citar nomes aqui, nunca faria isso. Minhas amigas do coração sabem com certeza seu valor, algumas delas nem acompanham meu blog, nem sei se sabem que eu tenho um, e nem por isso deixam de ser amiga, óbvio.
Me refiro muitas vezes no feminino, pois são elas as saudosas, meus amigos homens diminuíram consideravelmente, muitos deles pelo fato de eu ser hetero não conseguiram manter o carinho(homens! ruim com, pior sem...), mas ainda assim, eles tem seu lugar guardado.
Mas tenho que desabafar, o que leva uma amiga a sumir só porque esta namorando? Ou pior, o que leva a sumir, se ela esta casada? e pode ser pior ainda, por que sumir se esta sozinha? Já descartei as hipóteses de ter acontecido algo que desagrade a amiga ou o amigo, até mesmo porque de desagradou, é amiga(o), deveria falar.
E quando me pego cercada de gente, com pouco tempo pra distribuir entre todos, me deparo sozinha. Sim, sozinha com um bando de gente ao redor.
Amigo não é pra toda hora não, seria muito egoismo isso, mas penso que pelo menos amigo deveria dizer: agora não. Pronto, simples e basta.
Não estou preocupada com minhas amigas que acompanham meu blog que possam vir a pensar: será que eu fiz algo? Não, as minhas amigas, não vão pensar assim, vão no mínimo dizer: a ta, ainda bem que a carapuça não serviu...
As pessoas a quem me refiro nesse desabafo, ficam tão cegas, que a carapuça nem entra...mas dai o tempo passa, elas terminam o namoro, brigam com o marido, tão p da vida com a mãe ou o pai, ou chegou uma data especial que precisa lembrar da gente, e procuram, como se nada tivesse acontecido.
Mas o que eu estou escrevendo? Nada aconteceu mesmo.
Mulher ociosa da nisso, ah uma roupa pra lavar heim???
Ah...desceu, sabia que tinha algo errado...TPM.
Saudades...

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

2010! Eparrei!





Anunciação - Alceu Valença