segunda-feira, 11 de maio de 2009

Eu acredito em Duendes



Esse ano, na Páscoa, minha filha resolveu perguntar se o coelhinho da páscoa existia mesmo. Pensei em como dizer a ela "a verdade", sem cortar seus sonhos de criança. Então com todo cuidado, disse que achava que na verdade o coelhinho da páscoa eram os pais e amigos das crianças que deixavam os ovinhos escondidos. Ela mais que depressa me fez lembrar de um dia quando ela acordou e viu as marcas das patas no chão por toda a casa."...eram marcas iguais as patinhas e todas molhadas de chocolate mamãe..."
Resumindo acabei por dizer que realmente o coelhinho da páscoa existia. E não menti.
Papai Noel, Coelho da Páscoa, Fada do dente, Duendes...sim, eles de uma certa forma existem.
O momento foi tão mágico naquele natal em que ela viu apenas um vulto vermelho logo depois de ouvir a campainha e viu a bicicleta no final da escada; ou as marcas das patas do coelho pela casa, embora ao acordar meus dedos ainda estivessem doces do nescau. Como dizer que eles não existem. Ela sentiu, ela viveu. Eu participei daquele momento mágico. Sou testemunha ocular e sensitiva de que ela estava correta, e que eu não a enganava e sim participava e sentia junto. Menti? Não, não menti.
Segundo uma tal Teoria da Mentira: "o objetivo da mentira é nos impedir de distinguir o verdadeiro do falso. É confundir, é iludir, é enganar e, assim, nos levar a tomar decisões erradas (para nós), mas que beneficiam quem criou e espalhou a mentira”.Portanto, se não foi esse meu objetivo, não menti.
O que me remete a pensar em todas as vezes que me achei mentirosa ou enganada. Menti mesmo quando coloquei a moeda embaixo do travesseiro? Mentiram pra mim, ou acreditavam naquilo? A teoria da mentira não é assim tão simples.
Lá vou eu me recitar: Sinto, logo existo. E completo. Se amo, sinto, não minto...vivo junto a mesma verdade, a nossa verdade.
Eu posso ter espalhado marcas pela casa, posso ter me vestido de papai noel, posso ter dito que era a Babi mexendo a cortina enquanto ela chorava de um pesadelo achando ser um fantasma. Mas não aceito dizer que menti, fantasiei sim, mas o objetivo não era enganá-la e sim fazê-la feliz.
Cuidado, não use essa "teoria" pra desculpar suas mentiras... Ela ainda não esta comprovada. Ela é apenas sentimento. Estou apenas fantasiando a mentira...
Mentiras existem sim. Já as usei em meu benefício e nem me lembro se foram descobertas.
Um dia a Duda vai saber que não eram marcas do coelho pela casa, mas o sorriso dela foi verdadeiro. Isso nunca mais vai ser apagado. Eu era o próprio coelho, portanto o coelho da páscoa existiu sim. Logo, eu posso acreditar em Duendes. Afinal, eles estavam no quintal da minha casa quando eu era criança. Eu vi...