sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Tentei sorrir, hoje não.

Eu gosto de rituais. Confesso. Meus amigos conhecem meus mimos, meus presentes geralmente envolvem algo que necessite de uma ação simbólica. Eu crio meus rituais. Não gosto de seguir os prontos ao pé da letra, mas gosto de me basear neles. Assim como receitas de bolo, preciso delas, mas sempre modifico e dou meu toque. Gosto muito da passagem de ano, dos rituais. Pular 7 ondinhas, usar calcinha nova, comer isso ou aquilo, usar branco, jogar rosa, enfim... O ano novo, o dia 31 de dezembro,  por mais que seja apenas um dia como outro qualquer, me da a sensação de poder começar de novo, ou apenas, começar. E eu preciso disso. Sou uma pessoa que precisa de pausas. Algumas são rápidas, outras mais demoradas e outras se repetem constantemente, as vezes ao longo do dia inclusive. Este ano não estou de calcinha nova, de roupa especial, não me programei pra encerrar este 2020. Não consegui sorrir pra foto, alguns amigos tiveram perdas, outros estão passando esse dia de uma forma dolorosa, então não consegui sorrir, mas mesmo assim sou grata por ter os meus familiares e mais próximos com saúde e vivos. Sim, plantei sementes no solstício de verão simbolizando minhas intenções para o novo ano antes da próxima pausa. Mas hoje não, hoje dia 31 não estou em festa, não estou feliz, não estou brincalhona, nem desbocada. Estou assim, reflexiva, com semblante cansado, olheiras evidentes, descabelada pela brisa que amo, ouvindo o samba que invade a sacada, reclusa e de biquíni por baixo. Desejo que em 2021 você faça suas pausas quando necessário, seus rituais quando achar por bem, sorria quando tiver vontade, e chore quando precisar, mas que busque mais vezes sorrir... ele contagia. O Desejo palpável para a humanidade é que use a máxima de não fazer para o outro o que não gostaria que fizessem pra você. Os desejos utópicos que tenho, só divido em mesa de bar, café, no sofá ou na cama. Enfim, que venham mais 365 novos dias onde ao longo deles criarei novos rituais, novas crendices e quem sabe ao final dele tenha vontade genuína de sorrir.