sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Paixão antiga

"Voar sempre, cansa - por isso ela corre em passo de dança"
Eugenia Tabosa
(La leçon de danse)
Sempre relutei em me apaixonar, pois muitos dizem que a paixão passa e que o que fica é o amor. Porém acredito que quando amamos, encontramos um jeitinho de resgatar a paixão, claro que para que isso ocorra existe um verbo imprescindível: Querer.
Eu AMO a dança, ESTOU apaixonada por ela, mas sempre que essa paixão acaba eu QUERO resgatá-la.
Minha jornada no mundo da dança começou com "As Patotinhas", tem gente que jura que elas nunca existiram, mas elas ficaram tão gravadas no meu inconsciente, que a imagem dessas meninas cantando e dançando em fila, sobre 8 rodas cada uma, não me sai da cabeça. "(...) não empurre, não force, senão vamos cair(...)." E já no jardim de infância, sobre lajotas vermelhas eu as imitava e fiz minha primeira apresentação de dança. Público: minha professora e duas ou três amiguinhas.

O destino me trouxe direto de Maputo para Joinville, cidade que hoje comporta o maior festival de dança do mundo, considerado pelo Guinness Book. Minha primeira participação neste festival foi em 1989, foi a sétima edição do festival, na época minha paixão era o Jazz.
Assim como nos apaixonamos por homens, garotos: joãozinho, pedrinho, luizinho...e mais um monte de inhos, a dança também me proporcionou diversas paixões: jazz, dança de rua, dança teatro, contemporâneo, dança de salão...e por ai vai minhas trocas de motivações.
Todos nós conhecemos os efeitos que uma paixão avassaladora pode causar , uma sensação de bem estar, tudo fica lindo, inclusive você. Sim, a dança é minha paixão mais antiga e fiel, me faz sentir linda, me faz viver apenas aquele momento, brigo com ela, faço as pazes, damos um tempo, mas como o amor é verdadeiro, eu jamais permitirei que ela se esvaia de minha vida.



"Grandes dançarinos não são grandes por causa de suas técnicas; eles são grandes por causa de suas paixões."

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